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Centro Hospitalar de Leiria inicia projeto pioneiro de reabilitação física monitorizada no domicílio

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O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) é o primeiro hospital público do País a utilizar uma plataforma de telerreabilitação para a patologia osteoarticular crónica do joelho e do ombro, uma solução integrada para reabilitar utentes com uma das patologias crónicas mais comuns, bem como uma das principais causas de dor e incapacidade nos adultos. O programa inclui exercício físico monitorizado no domicílio, fundamental para a gestão da patologia, nomeadamente para a redução da dor e para a melhoria funcional.

A osteoartrose é a doença articular mais comum e é responsável por uma importante incapacidade física dos doentes, acarretando elevados custos associados, com consultas, medicação, fisioterapia, cirurgia, absentismo laboral, diminuição da produtividade, ou reforma antecipada, e com um impacto social e psicológico acentuado. A nível global, a osteoartrose afetará entre 10 e 15% da população mundial, cerca de 250 milhões de pessoas.

Segundo o Estudo Epidemiológico de Doenças Reumáticas em Portugal, a osteoartrose do joelho é uma patologia muito comum, afetando 12,4% dos portugueses. A plataforma de telerreabilitação vem dar também uma importante resposta aos utentes com tendinopatia do ombro que, em estádios avançados, pode levar à rutura tendinosa da coifa dos rotadores, que se estima afete pelo menos 40% das pessoas com mais de 60 anos. As orientações internacionais evidenciam a importância de abordar estes doentes primeiramente com programas de fisioterapia antes da abordagem cirúrgica.

A “Plataforma de telerreabilitação para a patologia osteoarticular crónica do joelho e ombro” do CHL é dinamizada pelo Serviço de Medicina Física e Reabilitação do CHL (MFR), em conjunto com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral e Oeste Norte, e a Sword Heatlh. O projeto pretende a melhoria clínica e funcional dos doentes com estas patologias através de um percurso organizado entre instituições (cuidados de saúde primários e hospitalares), e do envolvimento direto do próprio doente no plano terapêutico.

O programa de reabilitação motora permite ao utente realizar o tratamento prescrito no conforto do seu domicílio, por se basear nos princípios de biofeedback, sendo que os movimentos do doente são digitalizados utilizando sensores de movimento. A informação é processada para providenciar feedback em tempo real ao doente sobre o seu movimento, por intermédio de uma aplicação móvel. Esta tecnologia, nunca até hoje utilizada no Serviço Nacional de Saúde, permite ao doente realizar sessões de reabilitação motora sem necessidade de supervisão constante por parte do seu terapeuta.

A tecnologia inclui ainda uma plataforma online que permite à equipa clínica prescrever, monitorizar e alterar remotamente os programas de reabilitação de cada utente, possibilitando assim gestão à distância, evitando deslocações do doente ao serviço hospitalar.

O programa de telerreabilitação está neste momento em fase de seleção de doentes a partir da lista de espera para fisioterapia no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHL. Os doentes que preenchem os critérios estão a ser reavaliados em consulta externa no CHL, onde lhes é prescrito um programa de exercício terapêutico para ser realizado autonomamente em casa. Um fisioterapeuta da Sword Health acompanha o doente em todo o processo, nomeadamente na instalação do sistema em sua casa, no ensino na utilização do programa, no acompanhamento do seu progresso, e na avaliação da sua satisfação e qualidade de vida. O acompanhamento é feito preferencialmente através de chamadas telefónicas, com deslocação ao domicílio do utente sempre que necessário.

Após a inclusão de todos os doentes em lista de espera que cumpram os critérios de inclusão e que aceitem este plano terapêutico domiciliário, serão recrutados doentes a partir dos cuidados de saúde primários. O programa de telerreabilitação permite acompanhar 30 doentes em simultâneo, e os tratamentos em domicílio duram em média cerca de um mês, com regime de cinco a sete dias de tratamento por semana.

Desde o início do mês de março há oito doentes em tratamento, prevendo-se a inclusão de cerca de dez doentes por semana. Prevê-se que este programa inovador possa chegar a 400 doentes em 2018.

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