O relatório preliminar do Censo da Vida Marinha “O que vive no mar?” foi publicado esta semana pela revista PLoS ONE,” da Biblioteca Pública de Ciências.
O projeto começou em 2000 e juntou 360 cientistas de todo o mundo. Pretende ser o inventário mais completo alguma vez realizado desde os oceanos da Antártica passando pelos trópicos até ao Ártico.
“O oceano é simplesmente tão amplo que depois de dez anos de trabalho duro, ainda temos apenas instantâneos, embora alguns muito detalhados, do que o mar abriga”, indicou à AFP Nancy Knowlton, da Smithsonian Institution.
Até agora, o estudo cadastrou por volta de 10.750 espécies conhecidas e com nome em determinadas regiões. Os investigadores acreditam que, para cada espécie conhecida, haja pelo menos quatro a serem descobertas.
De acordo com Jesse Ausubel, um dos fundadores do projeto Censo da Vida Marinha, a descoberta de que os crustáceos são os mais numerosos, mudará a forma como os seres humanos apreciam o mar: “Quando nós, homens, pensamos no oceano, pensamos em peixes e em baleias”.
“Mas os grandes mamíferos representam apenas 2% da diversidade; e os peixes, 12%. Deveríamos pensar primeiro em crustáceos e moluscos”, explica.
De resto são mesmo os caranguejos, as lagostas e outros crustáceos que são as espécies mais comuns nos oceanos e nos mares da Austrália e do Japão, cujas águas são as mais variadas com 33 mil espécies identificadas.
De acordo com o relatório preliminar do Censo da Vida Marinha cuja versão final será publicada em outubro do próximo ano, a bacia mediterrânica sofre as maiores pressões na pesca, poluição e ocupação humana. É também um dos mais estudados do mundo, e um dos que contém mais espécies.