A visão de duas mulheres norte-americanas quase cegas melhorou drasticamente depois de um tratamento inovador com células estaminais embrionárias.
A visão de duas mulheres norte-americanas quase cegas melhorou drasticamente depois de um tratamento inovador com células estaminais embrionárias. O procedimento em questão fez parte de um ensaio clínico desenvolvido nos EUA que obteve resultados animadores.
As conclusões do ensaio foram publicadas esta semana no The Lancet e, segundo os especialistas, representam um impulso de grande importância no que respeita às pesquisas com células estaminais.
A terapia foi levada a cabo por investigadores do Jules Stein Eye Institute da Universidade da Califórnia, com a colaboração da Advanced Cell Technology (ACT), uma empresa de células estaminais dos EUA.
Robert Lanza, um dos autores do estudo, destacou a relevância dos resultados obtidos. “Apesar da natureza progressiva dos problemas que apresentavam, a visão das duas pacientes parece ter melhorado após o transplante das células”, comentou, citado pelo The Telegraph.
“Isto é particularmente importante já que o objetivo primordial desta terapia será tratar os doentes numa fase inicial, em que é mais provável obter resultados significativos”, acrescentou o especialista, coordenador científico da ACT.
Doentes sofriam de degeneração macular
As duas mulheres sujeitas à intervenção, de 50 e 70 anos, sofriam de formas de degeneração macular, um problema que prejudica a visão central devido à morte de células da retina.
Cada uma das pacientes recebeu, num dos olhos, uma injeção de cerca de 50.000 células epiteliais de pigmento derivadas de células estaminais embrionárias, para que, após a experiência, fosse possível comparar a qualidade da visão nos dois olhos.
Em ambos os casos, o procedimento contribuiu para uma melhoria da visão central e este surge, assim, como o primeiro estudo científico que evidencia que estas células podem ser transplantadas com segurança total e sem sinal de complicações.
Entretanto, num ensaio clínico paralelo realizado num hospital londrino, um homem britânico foi sujeito a um tratamento idêntico. Marcus Hitlon, de 34 anos, foi o primeiro de 12 voluntários europeus a receber células epiteliais de pigmento derivadas de células estaminais.
Hilton disse ao The Telegraph estar “radiante” pelo facto de “os resultados preliminares na América mostrarem que este tratamento pode resultar”. De acordo com o voluntário, a terapia “poderia mudar muitas vidas. Recuperar a visão seria um sonho tornado realidade”, concluiu.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado no The Lancet (em inglês).