As células estaminais podem ser o derradeiro segredo para curar a diabetes tipo 1. Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de anunciar um enorme passo em frente na busca de um tratamento eficaz e definitivo para a doença.
As células estaminais podem ser o derradeiro segredo para curar a diabetes tipo 1. Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de anunciar um enorme passo em frente na busca de um tratamento eficaz e definitivo para a doença que utiliza células estaminais embrionárias como ponto de partida.
Os cientistas da Universidade de Harvard, liderados por Doug Melton, conseguiram, pela primeira vez, produzir, nas grandes quantidades necessárias para propósitos farmacêuticos e de transplantação, células beta humanas produtoras de insulina equivalentes em quase tudo às células normais a partir de células estaminais.
Em comunicado, Melton afirma que a equipa espera agora que, em poucos anos, seja possível dar início a ensaios clínicos que envolvam a transplantação destas células para pacientes humanos. “Estamos a apenas um passo pré-clínico da meta”, afirma o investigador, cujos dois filhos têm diabetes tipo 1, o que o levou a dedicar-se ao estudo da doença.
No âmbito da investigação, cujas conclusões foram publicadas este mês na revista científica Cell, os cientistas já colocaram as novas células “perante três desafios separados envolvendo a glicose em ratinhos e elas responderam apropriadamente, o que é muito entusiasmante”, revela Melton.
Segundo o cientista norte-americano, as células beta derivadas das células estaminais estão, atualmente, a ser testadas em modelos animais, entre os quais primatas não-humanos, e os resultados têm sido animadores.
Além disso, já que a diabetes é causada por um ataque do sistema imunitário contra as células do próprio fígado dos pacientes, os investigadores estão a trabalhar num dispositivo para implantar nos indivíduos submetidos a um transplante de células beta (que terão de ser cerca de 150 milhões por pessoa) com vista a proteger estas células e evitar um novo ataque.
O dispositivo está a ser desenvolvido em parceria com Daniel Anderson e outros investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), também nos EUA, e os testes realizados com o equipamento mostraram que a proteção oferecida às células transplantadas em ratinhos tem sido eficaz e que estas continuam a produzir insulina mesmo após vários meses.
Para Anderson, o trabalho da Universidade de Harvard constitui-se como “um avanço incrivelmente importante para a diabetes”. “Não há dúvidas de que a capacidade de gerar células beta humanas que reagem à glicose através da diferenciação das células estaminais vai acelerar o desenvolvimento de novas terapêuticas”, acredita o investigador do MIT.
“Em particular, este avanço abre a porta à criação de um banco inesgostável de tecidos para pacientes com diabetes que aguardam terapias célulares”, conclui.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na Cell (em inglês).