A cura da calvície pode estar mais perto graças ao poder das células estaminais. Uma investigação norte-americana acaba de trazer uma nova esperança ao indiciar que pode ser possível fazer nascer novos folículos capilares.
A cura da calvície pode estar mais perto graças ao poder das células estaminais. Um grupo de cientistas norte-americanos acaba de trazer uma esperança renovada aos homens que sofrem com esta condição por meio de uma investigação que indicia a possibilidade de fazer nascer novos folículos capilares e reverter o quadro.
Os especialistas da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, dizem estar a caminhar em direção ao uso de células estaminais – células com um potencial imenso que vai desde a cicatrização de feridas à cosmética – para tratar a queda de cabelo, embora, para já, a solução ainda não tenha sido testada em humanos.
Apesar de a utilização de células estaminais para regenerar os folículos seja há algum tempo uma hipótese considerada pelos cientistas, ainda não tinha foi possível criar um número adequado de células estaminais geradoras de folículos capilares, em particular células do epitélio, conjunto de tecidos que 'cobre' a superfície externa do organismo.
As novas descobertas da equipa norte-americana, publicadas esta terça-feira na revista científica Nature Communications, indicam, porém, que tal pode vir a ser um objetivo passível de ser alcançado.
“Esta é a primeira vez que os cientistas conseguiram gerar uma quantidade significativa de células estaminais capazes de gerar o componente epitelial dos folículos capilares”, explica Xiaowei Xu, professor de dermatologia e coordenador do estudo, num comunicado divulgado pela universidade.
Equipa norte-americana conseguiu feito inédito
No âmbito deste novo estudo, a equipa de Xu converteu células estaminais pluripotentes induzidas (iPSCs) – células estaminais adultas reprogramadas que possuem muitas caraterísticas das células estaminais embrionárias – em células estaminais do epitélio.
Segundo os investigadores, trata-se de um feito inédito, quer em ratos, quer em humanos. As células estaminais epiteliais foram, depois, “misturadas” com outras células e implantadas em modelos animais, produzindo camadas de células cutâneas e de folículos capilares semelhantes às células do cabelo humano.
Tal sugere que as células estaminais poderão, no futuro, ajudar a regenerar o cabelo em humanos, embora seja cedo para afirmar que o tratamento para a calvície com recurso a estas células está “ao virar da esquina”, até porque, muitas vezes, os estudos conduzidos em animais falham quando testados em humanos.
Isto porque um folículo capilar contém células epiteliais, mas também um segundo tipo de célula estaminal adulta (as chamadas papilas dérmicas). “Quando uma pessoa perde o cabelo, perde esses dois tipos de células”, esclarece Xu.
“Nós conseguimos resolver um grande problema relacionado com o componente epitelial dos folículos capilares. Agora precisamos de descobrir uma forma de criar também novas papilas dérmicas e, até ao momento, ainda ninguém conseguiu fazê-lo”, conclui o especialista.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).