As células estaminais de pessoas saudáveis podem ajudar a reeducar as células imunitárias de diabéticos tipo 1, concluiu um estudo norte-americano.
As células estaminais de pessoas saudáveis podem ajudar a reeducar as células imunitárias de diabéticos tipo 1, reduzindo a quantidade de insulina de que necessitam diariamente, concluiu um estudo norte-americano.
A investigação foi conduzida por Yong Zhao, da Universidade de Illinois, EUA, e os resultados, publicados este mês no BMC Journal, demonstraram que as células do cordão umbilical têm capacidade de reiniciar a função do pâncreas diminuindo a necessidade de insulina.
“As células estaminais acordam as células imunitárias e corrigem a sua função”, explicou Zhao ao jornal Toronto Star. “As imunitárias funcionam como um mau aluno, enquanto as estaminais desempenham um papel de professoras, educando-as”, acrescentou o especialista.
Para proceder às análises, a equipa recrutou 15 pessoas com diabetes tipo 1 do Jinan Central Hospital, na China, sendo que 12 receberam o tratamento e as restantes três integraram um grupo de controlo. O tratamento consistiu na junção de células estaminais de um dador saudável e de células imunitárias do doente durante três horas em laboratório, devolvendo-se depois estas últimas ao organismo.
Terapia evidenciou resultados positivos
Todos os pacientes sujeitos à terapia demonstraram um aumento da função das células pancreáticas ao fim de 12 semanas de tratamento e a sua subida continuou e manteve-se até 40 semanas depois da terapia.
Os investigadores concluíram que a dose necessária de insulina para os indivíduos analisados diminuiu cerca de 38% nos que apresentavam diabetes moderados e 25% nos casos mais severos.
“Os pacientes que, antes do tratamento, não conseguiam produzir insulina, passaram a ser capazes de produzir a sua própria insulina depois de serem tratados”, frisou Yong Zhao.
Zhao e a sua equipa pretendem agora continuar com os ensaios clínicos, desta vez administrando aos pacientes mais do que um único tratamento. A esperança é a de que, no futuro, com recurso a esta terapia, os diabéticos deixem de necessitar de injeções de insulina.
Os investigadores estão também a expandir as pesquisas a outras doenças auto-imunes e vão dar início a um ensaio clínico com portadores de diabetes tipo 2, cujo pâncreas produz insulina suficiente mas que têm problemas nas células do fígado.
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