Investigadores britânicos concluíram, com sucesso, o primeiro transplante de células fotorrecetoras extraídas de uma retina sintética criada em laboratório a partir de células estaminais embrionárias.
Investigadores britânicos concluíram, com sucesso, o primeiro transplante de células fotorrecetoras extraídas de uma retina sintética criada em laboratório a partir de células estaminais embrionárias. O avanço sugere que estas células poderão, futuramente, fornecer uma quantidade ilimitada de fotorrecetores para tratar cegueira em humanos.
A equipa do University College London (UCL), em Inglaterra, transplantou estas células para ratinhos com cegueira noturna e constatou que as mesmas se desenvolveram normalmente, integrando-se na retina já existente e formando as ligações nervosas necessárias para a transmissão de informação visual para o cérebro.
O estudo, cujos resultados foram publicados esta segunda-feira na revista científica Nature Biotechnology, sugere que as células estaminais embrionárias poderão tornar-se uma fonte ilimitada para obtenção de fotorrecetores saudáveis para utilização em transplantes.
Robin Ali (na foto à direita), coordenador da investigação, e os colegas, já tinham conseguido provar que o transplante de um conjunto de células imaturas denominadas bastonetes das retinas de ratinhos saudáveis para ratinhos cegos poderia restaurar a sua visão. Porém, em humanos, este tipo de terapia não seria prática considerando os milhares de pacientes a necessitar de transplante.
Graças a uma solução laboratorial inovadora que envolve cultura 3D e diferenciação das células embrionárias dos ratinhos, desenvolvida recentemente no Japão, Ali e a sua equipa conseguiram fazer crescer, em laboratório, retinas com todas as células nervosas necessárias à visão, que transplantaram com sucesso.
“Ao longo dos anos, os cientistas têm-se tornado muito bons nos trabalhos com células estaminais e fazê-las desenvolver-se e converter-se em diferentes tipos de células adultas e tecidos. Porém, até há pouco tempo, a estrutura complexa da retina continuava a ser difícil de reproduzir em laboratório”, explica Robin Ali em comunicado.
“A nova técnica 3D imita de perto o desenvolvimento normal das células, o que significa que somos capazes de as 'colher' e purificar no estágio certo, assegurando transplantes bem-sucedidos. O próximo passo é refinar esta técnica, usando células humanas para dar início a ensaios clínicos”, acrescenta o investigador.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).