Segundo o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences estes “cavalos-leopardo” terão habitado a Europa há 25 mil anos. Hoje em dia existem cavalos pintalgados que resultam da domesticação por parte do homem. No entanto, todas as análises feitas até agora indicavam que não existiam cavalos com esta pelagem no passado.
Isto intrigou durante bastante tempo os cientistas que estudavam as pinturas rupestres onde grande parte dos cavalos representados tinham pintas. O que se pensava era que estas pinturas resultavam da imaginação dos habitantes europeus, sendo um desenho meramente simbólico.
As novas evidências encontradas revelam que estavam enganados. “Não há dúvidas de que os cavalos desenhados nas cavernas eram baseados em experiências da vida real e não eram produto da sua imaginação”, explicou o lider do projeto, Arne Ludwig, do The Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research em Berlim, à BBC.
Os cavalos eram o animal mais abundante na Eurásia, há 25 mil anos, e eram um elemento chave da dieta dos europeus. Daí que não seja estranho que das figuras encontradas dessa época, 30% sejam cavalos. Numa primeira análise, Ludwing e a sua equipa conseguiram apenas recolher DNA de cavalos pretos e castanhos, mas não convencidos com os resultados voltaram à investigação.
Ao analisarem o DNA de fósseis de 31 cavalos da Europa, Sibéria e Península Ibérica, os cientistas descobriram que seis deles possuíam uma mutação que lhes causava pintas pretas e brancas. Dos restantes 25, 18 eram castanhos e seis eram pretos. A partir de agora não há dúvidas de que as três cores existiam de facto.
Os investigadores acreditam também que foram estas cores que inspiraram os humanos no que diz respeito à diversidade de cores e padrões de revestimento visto em cavalos modernos. Pensa-se que a domesticação dos cavalos, que produziu as raças modernas, começou há cerca de 4.600 anos atrás nas estepes entre a Ucrânia e o Cazaquistão