Há um espumante português na carta do Grand Casino Lisboa, em Macau. O espumante "Ninfa" é produzido em Rio Maior, numa pequena adega familiar à qual aquela unidade asiática compra toda a produção ainda antes de colhidas as uvas.
Há um espumante português na carta do Grand Casino Lisboa, em Macau, que disputa preferências com vinhos franceses e italianos. O espumante “Ninfa” é produzido em Rio Maior, numa pequena adega familiar à qual aquela unidade asiática compra toda a produção ainda antes de colhidas as uvas.
A bebida deve o nome à “Ninfa Fontanária de Rio Maior”, cuja estátua foi encontrada durante as escavações arqueológicas de uma antiga vila romana,e nasce no Alto da Serra, estando a colheita, de 1,2 hectares de vinha, antecipadamente vendida para Macau.
Em declarações à Lusa, João Barbosa, proprietário da Adega Porta de Teira, responsável pela produção, este é “um espumante bastante diferente do que é habitual em Portugal, feito só de Pinot Noir [uma casta francesa] de uvas tintas” produzidas “nas encostas da Serra dos Candeeiros”, numa vinha onde houve “a sorte” de “conseguir encontrar o terreno propício”.
De acordo com João Barbosa, para a cor e sabor únicos do espumante contribui não apenas a casta, mas também o calcário da serra e a proximidade às salinas de Rio Maior, que acentuam as qualidades da bebida “de bolha muito fina e que transmite várias sensações sem agredir o palato”.
Segundo o proprietário da adega, trata-se de “um espumante muito francês”, mas produzido bem à portuguesa, numa adega onde as vindimas ainda são feitas com a ajuda de familiares e amigos, que se juntam para colher as uvas que nascem nos seis hectares de vinha.
Empresa quer produzir “muito bem” em vez de produzir muito
Estas vinhas produzem, anualmente, cerca de 60 mil garrafas de vinhos tintos e brancos – alguns dos quais premiados a nível internacional – que, também sob a marca “Ninfa”, são vendidos a países como Brasil, Angola, Canadá, Suíça, Alemanha e Holanda.
“Temos conseguido ir gerindo a nossa produção”, confessa João Barbosa. “Temos tido a sorte de alguns clientes nos fazem as reservas dos vinhos que gostariam de ter em maior quantidade, mas que nós não temos”, acrescenta o produtor, que equaciona aumentar a produção para dar resposta à procura mas sem perder de vista o objetivo da empresa.
“Neste momento temos seis hectares de vinha em produção e, se tudo correr bem, havemos de chegar aos 10 hectares, mas mais do que isso não, porque a nossa intenção não é produzir muito, é produzir muito bem”, assegura.
A Adega Quinta da Teira pertence à Sociedade Agrícola João Teodósio Matos Barbosa & Filhos, Lda., empresa familiar fundada em 1997 pelo descendente do fundador das caves D. Teodósio.