Carlos Santos, responsável pelo estudo, explicou à Lusa que essas características se devem sobretudo à forma como estas vacas são alimentadas. Uma vez que a base da sua alimentação é a “pastagem, isso transmite à carne características nutricionais e funcionais”, afirmou.
O coordenador do estudo sublinha “a presença de compostos que, para além do valor nutritivo, quando ingeridos pelos consumidores protegem-nos de determinado tipo de doenças”.
Carlos Santos, que falava em Ponta Delgada na apresentação do estudo, referiu que “a carne dos Açores, incorporada numa dieta equilibrada, garante um aporte superior deste tipo de compostos relativamente a outras”.
A primeira fase deste estudo incidiu sobre a carne de vaca de reforma, conhecida como carne de refugo ou de substituição, que resulta de vacas leiteiras em fim de ciclo que são introduzidas na cadeia alimentar.
“A carne de vaca reformada, se for tratada com boas práticas, garante um alimento de óptima qualidade. Trata-se de gado de leite que, por motivo zootécnico ou médico, foi retirado de produção e tem de se aproveitar essa carne”, frisou Carlos Santos.
Estudo comprova excelência da carne dos Açores
Por seu lado, Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores, considerou que este estudo vem comprovar, de forma cientifica, que a carne dos Açores é de excelência.
“Começamos a ficar com suporte científico para fazermos campanhas de marketing em relação à excelência da nossa carne. Não basta dizermos só que é boa, se tivermos um suporte científico obviamente que a situação se torna diferente”, afirmou.
No mesmo sentido, Noé Rodrigues, secretário regional da Agricultura, destacou a possibilidade de colocar no rótulo da carne para venda as características que distinguem aquela que é proveniente dos Açores.
Os Açores exportam anualmente cinco mil toneladas de carne de vaca de refugo, o tipo de carne que esteve em análise neste estudo.