Uma nova técnica poderá vir evitar o desenvolvimento de metástases, detetando células cancerígenas vivas no sangue antes que elas se instalem em determinado local do corpo e formem um tumor perigoso.
As metástases – lesões tumorais formadas a partir de outras já existentes – são um mau sinal para os pacientes com cancro. Agora, porém, uma nova técnica poderá vir evitar o seu desenvolvimento, detetando células cancerígenas vivas no sangue antes que elas se instalem em determinado local do corpo e formem um tumor perigoso.
Em causa está uma tecnologia, a primeira do mundo com base genética, denominada NanoFlare e desenvolvida por um grupo de investigadores da Universidade de Northwestern, nos EUA, que é capaz de identificar células tumorais que estejam a circular no sangue dos pacientes.
De acordo com um estudo publicado pela equipa na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em Novembro último, esta solução permite detetar as células cancerígenas no sangue a partir do seu conteúdo genético e isolá-las enquanto ainda estão vivas para que possam ser estudadas com vista ao tratamento da doença, um passo importante no sentido da “medicina personalizada”.
“Esta tecnologia tem potencial para alterar profundamente a forma como o cancro da mama, em particular, e os cancros em geral são estudados e tratados”, afirma, num comunicado divulgado pela universidade, Chad A. Mirkin, especialista em nanomedicina e um dos autores do estudo.
Com efeito, em testes efetuados em relação ao cancro da mama, as “NanoFlares” – minúsculas esferas de ácido nucleico com um centro de micropartículas de ouro envolvidas em “chamas” de ADN – conseguiram entrar, com facilidade, no interior das células e iluminá-las quando foi detetado um biomarcador associado à doença.
Desta forma, foi possível aos especialistas identificar as células do cancro e, depois, isolá-las, separando-as das células saudáveis, o que permitirá, no futuro, às equipas médicas e científicas focar-se, unicamente, nas células tumorais e descobrir quais as que vão metastizar-se.
Consequentemente, esta tecnologia “poderá levar a uma terapia personalizada em que será possível perceber de que forma as células de um indivíduo específico responderão a diferentes 'cocktails' terapêuticos”, explica Mirkin, que coordena o laboratório onde as “NanoFlares” foram criadas em 2007.
Até ao momento, os investigadores já testaram quatro tipos de “NanoFlares”, cada um deles com um diferente alvo importante para o aparecimento de metástases do cancro da mama. A tecnologia detetou, com sucesso, as células cancerígenas com menos de 1% de incidência de “falsos-negativos”.
Atualmente, a equipa está também a levar a cabo um outro estudo focado na deteção de células tumorais em circulação no sangue de pacientes que foram diagnosticadas com cancro da mama.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz