Usando em laboratório as células de levedura, os cientistas descobriram que uma proteína fulcral, a histona, não fornece o sinal químico necessário para parar a divisão celular ou para ativar a reparação nos telómeros.
Os telómeros são estruturas existentes nas extremidades dos cromossomas,
formadas por proteínas e ADN e que têm como função protegê-los do
desgaste a que são sujeitos quando o ADN é danificado, por exemplo,
pelas radiações ou fumo do tabaco.
De acordo com a mesma fonte,
os telómeros podem ser comparados às capas plásticas protetoras dos
atacadores de sapatos: perdendo-se estas capas, os atacadores desfiam-se
e vão desaparecendo.
“É incrível, mas parece que a capacidade da célula distinguir entre as pontas dos cromossomas e um dano no meio da cadeia de DNA reside nesta única alteração. De facto, ao longo do genoma esta histona retém o sinal químico, daí que se ocorrerem danos no DNA em qualquer outra região dos cromossomas, estes são reparados normalmente e as quebras unidas”, explica ao Ciência Hoje, o investigador português Miguel Godinho.
Essa função protetora dos telómeros também se desgasta com o processo de envelhecimento, o que leva à junção das pontas dos cromossomas e ao “caos genético” que está na base de tumores.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]