A Fundação Europeia Astellas acaba de conceder um apoio de cerca de 110 mil euros a uma equipa de especialistas de Coimbra para que esta possa dar continuidade a um estudo sobre o cancro da bexiga.
A Fundação Europeia Astellas acaba de conceder um apoio de cerca de 110 mil euros a uma equipa de especialistas de Coimbra para que esta possa dar continuidade a um estudo sobre o cancro da bexiga. Os investigadores portugueses garantiram o financiamento através da vitória num concurso onde participaram 67 projetos oriundos de 18 países.
Em declarações à Lusa, Célia Gomes, investigadora do Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental (LFTE) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC)/Instituto Biomédico de Investigação da Imagem e Luz (IBILI) e coordenadora do estudo, explicou que o mesmo pretende “avaliar o efeito anti-tumoral da terapia adotiva com células NK ('natural killer') no tratamento do carcinoma da bexiga”.
Segundo a cientista, a investigação foca-se principalmente na “capacidade de eliminar as células estaminais cancerígenas” e em “identificar os mecanismos subjacentes à morte celular induzida pelas células NK”, também conhecidas por “células exterminadoras”, utilizando-se, para isso, “um modelo animal clinicamente relevante e com elevado potencial translacional para uso clínico”.
“Pretendemos com este trabalho vir a contribuir para o desenvolvimento de uma nova abordagem terapêutica baseada na imunoterapia com potencial de aplicação no tratamento do carcinoma da bexiga”, esclareceu Célia Gomes, garantindo que o prémio da Fundação Astellas “vem na hora certa”, já que vai “permitir avançar para uma nova fase do trabalho”, e mostrando-se otimista em relação à “grande relevância” que o estudo pode vir a ter “na terapia adotiva com células NK”.
O apoio em causa, concedido este ano pela primeira vez e que vai beneficiar o projeto “Terapia adotiva com células NK tendo como alvo as células estaminais do carcinoma da bexiga: impacto na progressão tumoral utilizando um modelo animal ortotópico humanizado”, complementa a subvenção da Fundação Europeia Astellas para Urologia Funcional/Uro-Ginecologia que é atribuída anualmente desde 2006.
Além de Célia Gomes, a equipa integra também Flávio Reis do LFTE da FMUC/IBILI, Margarida Teixeira, doutoranda em Ciências da Vida da FMUC, Belmiro Parada, do Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Paulo Santos, do Instituto de Imunologia da FMUC, e Christian Munz, do Instituto de Imunologia Experimental da Universidade de Zurich.