Um composto encontrado no chá verde poderá ser uma arma para o tratamento do cancro. A conclusão é de um novo estudo desenvolvido por duas universidades escocesas.
Um composto encontrado no chá verde poderá ser uma arma para o tratamento do cancro. A conclusão é de um novo estudo desenvolvido pelas universidades de Strathclyde e Glasgow, na Escócia.
As propriedades anti-cancerígenas de um componente do chá verde, o EGCG, já eram conhecidas, mas a sua incapacidade de atingir os tumores ao ser administrado por via intravenosa tinha impedido, até ao momento, a sua utilização em possíveis terapias contra a doença.
Porém, nos testes preliminares realizados em laboratório, as equipas das duas universidades utilizaram uma nova abordagem, que permitiu que o composto benéfico chegasse diretamente aos tumores depois de entrar na corrente sanguínea dos pacientes.
Na sequência das experiências efetuadas, os investigadores constataram que cerca de dois terços dos tumores que receberam o tratamento encolheram ou desapareceram no prazo de um mês, sendo que a administração do EGCG não apresentou quaisquer efeitos secundários nem provocou danos nas células saudáveis.
Conclusões são “muito encorajadoras”
Nos testes, que incidiram sobre dois tipos diferentes de cancro da pele, 40% de ambos os tipos de tumores desapareceram, ao passo que 30% de um e 20% de outro diminuíram de tamanho com o tratamento e 10% de um dos tipos se mantiveram estáveis.
Os investigadores colocaram o extrato de chá verde numa cápsula que continha também uma proteína do plasma sanguíneo, a transferrina, que transporta o ferro pelo sangue e cuja existência no organismo tende a diminuir em muitos dos casos de cancro, e obtiveram resultados animadores.
Em comunicado, Christine Dufès, do Instituto Strathclyde de Farmácia e Ciências Biomédicas, que coordenou a investigação, salientou que as conclusões são “muito encorajadoras” e que a equipa espera “conseguir traçar o caminho para novos e eficazes tratamentos para o cancro”.
Segundo a universidade, estes serão os primeiros testes que conseguiram fazer este tipo de tratamento resultar, encolhendo ou eliminando os tumores. “A nossa investigação poderá abrir portas para novos tratamentos para aquela que é ainda uma das doenças mais mortais em muitos países”, concluiu Dufès.