Um componente da cannabis que já se mostrou eficaz na redução das dores e das náuseas nos pacientes com cancro poderá ser capaz de travar a formação de metástases, evitando que os tipos mais agressivos da doença se espalhem pelo organismo.
Um componente da cannabis que já se mostrou eficaz na redução das dores e das náuseas nos pacientes com cancro poderá ser capaz de travar a formação de metástases, evitando que os tipos mais agressivos da doença se espalhem pelo organismo. A conclusão é de uma dupla de cientistas do instituto de investigação do San Francisco's California Pacific Medical Center, nos EUA.
A investigação arrancou há mais de uma década e, recentemente, os resultados mostraram que um componente da planta – que não produz os efeitos associados ao consumo de droga – tem a capacidade de “desligar” a atividade de um gene responsável pela metastização de vários tipos de cancro, em particular o cancro da mama.
Em declarações ao jornal San Francisco Chronicle, os investigadores Sean McAllister e Pierre Desprez, responsáveis pela descoberta, explicaram que têm estado a estudar uma das substâncias químicas da cannabis, o canabidiol (CBD), que tem mostrado ser um inibidor potente do alastrar da doença.
Os investigadores analisaram, sobretudo, a relação entre a proteína ID-1, que se julga ter um papel predominante na formação de metástases, e do CBD. Segundo Desprez, as conclusões obtidas provam que “o canabidiol, essencialmente, 'desliga' a ID-1, e as células cancerígenas param de espalhar e voltam ao normal”.
A dupla de cientistas está agora a realizar testes em animais por meio de injeções e está igualmente a testar comprimidos, já que o fumo da cannabis não seria suficiente para obter as doses necessárias de canabidiol.
O próximo objetivo é testar a eficácia deste composto em doentes reais. “Estamos muito animados. Queremos dar início aos ensaios clínicos com humanos o mais rapidamente possível”, concluiu Desprez.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]