Dar apenas mais 2.000 passos que o habitual por dia ao longo de um ano - o equivalente a aproximadamente 20 minutos diários extra de caminhada - pode reduzir o risco cardiovascular, em particular as probabilidades de ataque cardíaco e AVC, em 8%.
Dar apenas mais 2.000 passos que o habitual por dia ao longo de um ano – o equivalente a aproximadamente 20 minutos diários extra de caminhada – pode reduzir o risco cardiovascular, em particular as probabilidades de ataque cardíaco e AVC, em 8%.
A conclusão é de um novo estudo britânico, desenvolvido pela Universidade de Leicester, em Inglaterra, que incidiu sobre 9.306 adultos de 40 países com tolerância diminuída à glicose (impared glucose intolerance, IGT na sigla em inglês), precursora da diabetes, e com doença cardiovascular ou, em alternativa, com pelo menos um factor de risco ao nível do coração.
“As pessoas com IGT têm um risco aumentado de doença cardiovascular”, explica Thomas Yates, coordenador desta investigação ampla recentemente publicada na revista científica The Lancet. “Este é o primeiro estudo a especificar, de forma quantitativa, de que maneira o hábito de fazer caminhadas pode modificar o risco de doença, AVC e mortes relacionadas com problemas cardíacos”, acrescenta, em comunicado divulgado pela universidade.
Todos os voluntários envolvidos no estudo foram submetidos a mudanças no estilo de vida com o objetivo de reduzir o peso e a ingestão de gordura, aumentando, por outro lado, a atividade física para 150 minutos por semana. Com o auxílio de um pedómetro, os investigadores registaram a atividade física habitual (o número médio de passos dados por dia) durante uma semana no início do estudo e 12 meses depois.
Com recurso a modelos estatísticos, a equipa de Thomas Yates testou a relação entre o número de passos dados por dia e o risco de futuras doenças cardiovasculares, tendo em conta um espectro significativo de factores de risco como o índice de massa corporal, os hábitos tabágicos, a dieta, o historial clínico e o uso de medicação.
Os especialistas constataram que o aumento da atividade física ao longo dos 12 meses analisados conduziu a uma redução no risco cardiovascular: por cada 2.000 passos adicionais por dia em relação ao número de passos diários antes do início do estudo, verificaram uma diferença de 10% na probabilidade dos voluntários de virem a sofrer problemas cardíacos.
Além disso, o risco cardiovascular diminuiu 8% por cada 2.000 acrescentados ao número habitual. Por exemplo, se um indivíduo A dava 4.000 passos por dia no início do estudo e não mudou este hábito e se um indivíduo B dava 6.000 passos e aumentou este número para 8.000, no final do estudo, o indivíduo B apresentava um risco cardiovascular 18% menor.
“Os nossos resultados trazem novas evidências de que a introdução de alterações nos níveis de atividade física associadas, apenas, ao aumento do número de passos dados por dia, pode diminuir substancialmente o risco de doença cardiovascular”, congratula-se Yates. Segundo o cientista, o mais importante é que “estes benefícios são observáveis independentemente do peso e do estado inicial de atividade física”.
“Esta descoberta proporciona a mais forte evidência já observada da importância da atividade física em populações de alto risco e irá certamente ter impacto nos programas de prevenção da diabetes e das doenças cardiovasculares um pouco por todo o mundo”, conclui.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na The Lancet (em inglês).