Mundo

Cafés para reparar objetos são a nova moda ocidental

No mundo ocidental a cultura do "usa bota fora" tornou-se uma verdadeira praga. Foi para combater este desperdício, apostando na recuperação dos objetos, que surgiram os Repair Cafés. Hoje em dia já há mais de 600 pelo mundo.
Versão para impressão
No mundo ocidental a cultura do ‘usa bota fora’ tornou-se uma verdadeira praga. Foi para combater este desperdício, apostando na recuperação dos objetos, que surgiram os Repair Cafés. Neste momento, já há mais de 600 pelo mundo, sobretudo na Europa e na América do Norte. Portugal terá os primeiros Repair Café no início de 2015.
 
por Patrícia Maia

Acabámos de comprar uma torradeira e a mola que faz a torrada saltar parte-se ao fim de umas semanas. Hoje em dia, a solução mais prática é deitar o equipamento fora porque, na maior parte dos casos, arranjar é tão caro como comprar novo.
 
Para combater esta cultura do desperdício, a holandesa Martine Postma (foto abaixo) criou, em 2007, o movimento Repair Café. A ideia é criar espaços comunitários onde as pessoas podem arranjar os seus próprios objetos ou equipamentos – desde peças de roupa, a bicicletas ou eletrodomésticos – com a ajuda de especialistas e dos outros utilizadores.

Partilha de conhecimentos 

O conceito é simples: num determinado local (em espaços de associações, coletividades, igrejas) reúnem-se ferramentas e materiais (desde máquinas de costura, a utensílios para reparações eletrónicas, entre outros). Depois, há que contactar e convidar voluntários especialistas nas diferentes de reparações que estejam disponíveis a visitar o local para ajudar os visitantes a repararem os seus próprios equipamentos.

O Repair Café deve também, idealmente, ter manuais de reparações disponíveis para os utilizadores e terá de contar sempre com “a presença de um monitor que ajude os visitantes – nem que seja para contactar o respetivo especialista que possa ajudar na reparação no caso deste não estar no local”, explica fonte da organização, via email, ao Boas Notícias.

“A ideia é criar um processo de partilha de conhecimento, onde nos podemos ajudar uns aos outros enquanto bebemos uma chávena de café”, lê-se no site oficial do projeto. Além disso, ao “recuperar objetos que seriam substituídos por outros novos, o Repair Café ajuda a reduzir as emissões de CO2 produzidas pelas fábricas”.
 
600 Repair Café pelo mundo

O primeiro espaço comunitário de reparações foi lançado por Martine Postma em Amsterdão, em Outubro de 2009. O conceito foi um sucesso e deu origem à fundação Repair Café que, hoje em dia, dá apoio a qualquer associação ou pessoa que deseje replicar o conceito na sua cidade.

Atualmente, segundo indicou a organização ao Boas Notícias, já há cerca de 600 Repair Café no mundo, sendo que a maior parte dos espaços, mais de 200, estão a funcionar na Holanda.

Quanto a Portugal, já foram solicitados três “Starter kits” do Repair Café (um manual com instruções de funcionamento, logotipo e outros elementos) com o objetivo de abrir espaços idênticos no nosso país: um no Porto, outro em Almada e um terceiro em Castelo Branco.
 
Contactados pelo Boas Notícias, os autores dos pedidos revelaram que ainda estão a desenvolver o projeto mas que contam abrir os seus cafés no início de 2015. Pelo que, em breve, também em Portugal será possível dar uma segunda oportunidade aos objetos que, por uma razão ou outra, deixaram de funcionar como deviam.

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close