O estudo da UM mostra que os cães domésticos são particularmente sensíveis a sinais de comunicação humanos e que sabem para onde têm de olhar e como responder quando algo de novo ou importante acontece, tal como as crianças.
Sarah Marshall-Pescini, no âmbito do seu pós doutoramento na Universidade de Milão, reuniu 52 cães e os respetivos donos para a concretização do estudo que incluiu vários testes de nível cognitivo, semelhantes àqueles usados em crianças.
A investigadora pôs os cães e os donos numa sala. Numa primeira fase de 'habituação' pediu aos donos que manuseassem um determinado objeto (no caso um globo terrestre).
Depois, a equipa de Sarah Marshall-Pescini fez dois testes (dentro da mesma sala): num deles os participantes humanos mudaram de sítio e continuaram a manusear o mesmo objeto, noutro momento permaneceram no mesmo local mas pegaram num objeto novo.
O estudo comprovou que, tal como as crianças, os cães tornaram-se mais atentos quando a pessoa (ainda que permanecesse no mesmo local) pegava num elemento novo e desconhecido, do que quando os donos se limitavam a mudar de lugar (ficando com o mesmo objeto da 'habituação') na mão.
No artigo publicado na PLOS One, a investigadora considera que, depois de primatas como os chimpanzés, os cães são os animais mais capazes de decifrar intenções nos seres humanos, graças aos 30.000 anos de aproximação que se regista entre as duas espécies.
Notícia sugerida por Maria Pandina, António Resende e Vítor Fernandes