Uma cadela que ficou tetraplégica depois de contrair esgana - uma doença degenerativa viral altamente contagiosa que ataca cães de qualquer idade e que pode ser mortal - voltou a andar graças a uma terapia pioneira com células estaminais.
Uma cadela que ficou tetraplégica depois de contrair esgana – uma doença degenerativa viral altamente contagiosa que ataca cães de qualquer idade e que pode ser mortal – voltou a andar graças a uma terapia pioneira com células estaminais levada a cabo por especialistas de um hospital veterinário brasileiro.
Atualmente, a medicina veterinária recorre já a técnicas envolvendo estas células para tratamento de diversas doenças, mas esta foi a primeira vez que os investigadores, do hospital veterinário do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Basto (Unifeob), as utilizaram para tratar esta patologia.
Graças à experiência, a cadela Vilma, de três anos, recuperou a qualidade de vida e a autonomia. “Ela foi parando de andar, foi piorando, só levantava a cabeça e já não reagia a estímulo nenhum”, contou a dona do animal, Sabrina Silva, citada pelo jornal Globo.
A investigadora Michele Andrade de Barros, que coordenou o procedimento, utilizou células estaminais de outro animal, que foram aplicadas diretamente na corrente sanguínea de Vilma. “Fizemos três aplicações, com um intervalo médio de 30 a 40 dias entre uma aplicação e outra”, revelou a veterinária.
“Com duas aplicações, a Vilma começou a dar os seus primeiros passos e, depois da terceira, já andava normalmente”, acrescentou a especialista, que sublinhou que o tratamento já foi aplicado noutros cães com o mesmo problema com resultados sempre positivos.
Maria Lúcia Marcucci, professora do curso de veterinária do Unifeob, realçou, citada pelo Globo, que “a terapia com células estaminais na veterinária não encontra tantos entraves em relação à ética como na medicina humana”, pelo que, quem recorre a ela, tem disponibilidade “de poder aplicar clinicamente e ver o resultado”, que depois pode ser transposto para investigações em seres humanos.
Segundo a docente, o caso de Vilma é uma “evolução na veterinária”, visto que se trata de uma doença muito comum, que só pode ser prevenida com recurso à vacinação e que tem apenas 5% de hipóteses de cura.