Está a ser testada por cientistas britânicos uma vacina destinada a travar a progressão da diabetes tipo 1 que, se for eficaz, poderá ajudar milhões de pacientes em todo o mundo.
Está a ser testada por cientistas britânicos uma vacina destinada a travar a progressão da diabetes tipo 1 que, se for eficaz, poderá ajudar milhões de pacientes em todo o mundo. O objetivo da vacina é parar ou desacelerar o ataque feito pelo sistema imunitário ao pâncreas, a principal causa da doença que habitualmente se desenvolve ainda na infância.
O ensaio clínico está a ser desenvolvido na Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e os especialistas esperam conseguir proteger aquele órgão e evitar que as células do sistema imunitário matem as células produtoras de insulina, responsáveis pela regulação dos níveis de glicose no sangue.
De acordo com os médicos, a diabetes tipo 1 deve-se a causas genéticas e não ao estilo de vida ou a problemas como a obesidade. A menos que os pacientes realizem uma terapia diária e contínua com insulina, a patologia pode tornar-se fatal.
“Acreditamos que esta nova terapia imunitária poderá evitar ou desacelerar o processo pelo qual o organismo danifica as suas próprias células produtoras de insulina no pâncreas”, explica Colin Dayan, professor daquela universidade britânica e responsável pela coordenação dos testes, citado pelo portal especializado Medical Daily.
A investigação preliminar provou que a vacina é segura e os cientistas pretendem, agora, determinar se o tratamento é realmente eficaz. Para o fazer, a equipa está a recrutar pacientes adultos diagnosticados recentemente com diabetes tipo 1 e que acabaram de começar a tomar insulina para integrar o ensaio clínico.
Vacina poderá contribuir para melhorar qualidade de vida
Segundo Dayan, “as informações obtidas através do ensaio e combinadas com futuros estudos poderão contribuir para melhorar a qualidade de vida e a saúde a longo-prazo de muitas crianças e adultos com diabetes tipo 1, bem como das gerações futuras”.
O ensaio clínico conta, além da Universidade de Cardiff, com a participação da Guy's and St. Thomas NHS Foundation, em Londres, da Bristol Royal Infirmary e do Royal Victoria Hospital em Newcastle.
A diabetes tipo 1, também conhecida por diabetes insulinodependente ou diabetes infanto-juvenil, carateriza-se por uma insuficiente produção de insulina pelo pâncreas, já que as células deste órgão são vítimas da chamada destruição autoimune.
Os portadores da doença necessitam de injeções diárias de insulina para manterem os níveis normais de glicose no sangue, existindo risco de vida caso as doses não lhes sejam administradas atempadamente. Embora ocorra em qualquer idade, a diabetes tipo 1 é mais comum em crianças, adolescentes e jovens adultos.