Esta é “uma anomalia que leva à morte”, explica a Universidade de Brasília num apresentação do caso de Auristela (na foto acima com o seu médico). Muitas vezes, os bebés que nascem com esta deficiência (conhecida como 'aglossia congênita isolada'), não conseguem comer, pelo acabam por morrer, por vezes antes do diagnóstico ser realizado. No entanto, enquanto era bebé, a mãe de Auristela improvisou um biberão de maneira a que o leite entrasse diretamente na garganta.
Este caso excecional conseguiu surpreender os médicos. “Ela chegou até mim em 1996 quando ainda não tinha orientação médica”, explicou o cirurgião maxilofacial Frederico Salles ao jornal Correio Braziliense.
O caso de Auristela, que sobreviveu até à vida adulta, é muito raro. Na literatura médico-odontológica só existem dois casos semelhantes ao da jovem brasileira. O médico afirma que “geralmente, a aglossia vem acompanhada de uma série de outros problemas, como a inversão dos órgãos, lábio leporino, amputação dos dedos e disfunções na tiróide”. No entanto nada disso se verificava no caso de Auristela.
O dentista foi responsável pelas duas cirurgias de Auristela, realizadas em 2003 e 2004. “Descobri uma solução para paliar a ausência da língua: alargar o osso do maxilar recorrendo a um equipamento semelhante àquele que se utiliza nos hospitais para o tratamento das pernas amputadas”, referiu o médico Frederico Salles. Com a intervenção cirúrgica, foi possível alargar o maxiliar em 20 milímetros.
Auristela foi acompanhada por vários especialista, incluindo terapeutas da fala e psicólogos, durante 16 anos. Recentemente, a jovem deu uma palestra na Universidade da Brasília, onde estuda Enfermagem. Durante o encontro, afirmou que quer motivar outras pessoas com histórias semelhantes à sua.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]