por Patrícia Maia
Energia, medicina, telecomunicações e turismo. Estas são, atualmente, as quatro grandes áreas de recrutamento no Brasil, sendo que a energia ocupa o primeiro lugar do pódio. Paulo Sardinha explica ao Boas Notícias que, “além da exploração do petróleo, que está em alta no Brasil”, o país quer também “começar a desenvolver as energias renováveis”.
E nesta área, Portugal surge com “grande vantagem competitiva”, já que tem vindo a apostar “no desenvolvimento e na formação ao nível das energia alternativas, como por exemplo a energia solar, eólica e do mar”, diz o presidente da ABRH (na foto).
Oportunidades fora de São Paulo e do Rio de Janeiro
O presidente da ABRH, e também diretor do departamento de recursos humanos da multinacional francesa Turbomeca (grupo Safran), sublinha que, quem quiser trabalhar no Brasil, deve “procurar oportunidades fora do Rio de Janeiro e São Paulo”, já que estas cidades estão saturadas e, no resto do país, há muitas indústrias e empresas a contratar.
Trabalho de pesquisa antes de partir
Assim, o ideal, antes de partir, é fazer uma lista exaustiva das empresa relevantes em termos profissionais e, se possível, “verificar se há empresas portuguesas a operar no Brasil com vagas interessantes”, o que facilita bastante a contratação: “Já cá temos várias empresas portuguesas, como a Galp, que é pequena mas está a crescer, ou, na área das tecnologias das telecomunicações, a PT”.
Uma boa alternativa ao emprego tradicional é “ficar atento às bolsas das universidades”, diz o presidente da ABRH. O “Brasil não tem muita tradição na atribuição de bolsas académicas mas é uma área que tem vindo a crescer”, explica, sugerindo a consulta ao site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior para encontrar algumas oportunidades.
Vinhos e queijos como prioridades comerciais
“O Brasil apostou na Mercosul que é pouco apetecível [para as empresas brasileiras] porque as necessidades e as indústrias são semelhantes e também porque na América do Sul, o Brasil é o único país que não fala espanhol”, salienta. Quanto a Portugal, o “mercado brasileiro oferece a oportunidade de aumentar [as vendas] para uma escala que não existe num país com 10 milhões de habitantes”.
“A Câmara Portuguesa do Comércio devia receber mais investimentos para atuar com maior liberdade e ganhar vantagem em mercados como o do vinho e o dos queijos, que continuam dominados pela França ou Espanha e que podem dar resultados muito atraentes para Portugal”, defende o presidente da ABRH.
Uma outra vantagem nestas indústrias, diz Paulo Sardinha, seria obter uma taxação mais reduzida, já que o Brasil aplica impostos muito pesados a estes produtos gastronómicos.
“Fico doente quando vejo o preço do queijo da Serra, que é tão caro no Brasil, nos supermercados portugueses”, brinca o neto de portugueses. Por outro lado, “o consumo de vinho é uma moda recente no Brasil mas que tem vindo a crescer e Portugal pode aproveitar esta oportunidade para se impor”, reforça.
Foi de Trás-os-Montes, distrito de Vila Real, que em 1922 o avô materno de Paulo Sardinha saiu, numa longa viagem por mar, com destino ao Brasil. “Apesar de já ter nascido em território brasileiro, eu vivi as memórias da minha mãe e da minha avó e quando ponho os pés em Portugal, que visito todos os anos, tudo me é familiar”, salienta.
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