"Nunca é tarde para aprender a ler e escrever". Quem o garante é a brasileira Maria Andrade que aprendeu a decifrar palavras já depois dos 70 anos de idade.
“Nunca é tarde para aprender a ler e escrever”. Quem o garante é a brasileira Maria Andrade que aprendeu a decifrar palavras já depois dos 70 anos de idade. José, o seu marido já falecido, foi o grande incentivador desta aventura.
A mãe de Maria perdeu o marido cedo ficando sozinha com o seus sete filhos. Durante a infância e juventude, Maria, natural da Rondónia, interior do Brasil, trabalhou a terra e nunca teve oportunidade de frequentar a escola.
“Tive o meu namorado, casámos. Ele tinha o seu grau de escolaridade e ele sempre me deu muita força, desde o começo”, conta Maria ao jornal Hora de Santa Catarina. Durante anos, antes de dormirem, o marido de Maria pegava num livro e lia em voz alta para a mulher.
“Eu quero que tu sonhes”
Antes de morrer vítima de cancro, há cinco anos, José foi mais incisivo, desafiando a esposa a aprender a ler. “Eu quero que tu sonhes”, disse-lhe o marido.
Maria quis cumprir a vontade do marido e inscreveu-se, já com 70 anos, no Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade de Santa Catarina, cidade para onde o casal foi viver à procura de tratamentos mais eficazes para a doença de José.
“Quando a pessoa tem vontade os caminhos abrem-se”
Agora, com 73 anos, Maria já sabe usar o alfabeto e já escreveu cerca de 200 poesias. “Quando a pessoa tem vontade os caminhos abrem-se. Eu gosto de escrever poesia”, diz Maria na reportagem de vídeo publicada no site da Hora de Santa Catarina”. A recém alfabetizada sonha até em tirar um curso superior.
Em breve, Maria sonha editar um livro. “Nós somos uma caixa de sonhos que nunca acaba. Eu tenho muitos sonhos mas o que eu quero mais é escrever um livro”, conclui a poetisa que, até há pouco tempo, era analfabeta.
Notícia sugerida por António Resende
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