A fadista Mariza participou, este fim-de-semana, no primeiro Festival de Fado no Brasil e, por duas vezes, contou com casa cheia. Com dois concertos esgotados, no HSBC Hall a cantora portuguesa foi alvo de grandes elogios por parte da crítica.
A fadista Mariza participou, este fim-de-semana, no primeiro Festival de Fado no Brasil e, por duas vezes, contou com casa cheia. Com dois concertos esgotados, no HSBC Hall a cantora portuguesa foi alvo de grandes elogios por parte da crítica brasileira.
No dia 15 de Agosto, Mariza subiu ao palco do prestigiado HSBC Hall de São Paulo e, dia 17, espalhou a voz pela Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. As duas salas ficaram completamente lotadas e nem os grandes críticos brasileiros resistiram ao encanto da fadista portuguesa.
“Uma diva que anda como uma diva, se veste como uma diva, fala como uma diva e canta como um pássaro raro”, escreve Marilia Gabriela, em comunicado enviado ao Boas Notícias. “Mariza é a alma de Portugal. Mesmo de perto, ela continua uma diva, numa mistura de português com moçambicana. Avé Mariza!”
Rui Vieira Nery, do Instituto de Etnomusicologia do Brasil, diz que “nenhum outro artista português, desde Amália Rodrigues, construiu uma carreira internacional com semelhante sucesso, acumulando êxito atrás de êxito nos palcos mundiais de maior prestígio, referências entusiásticas dos críticos musicais mais exigentes e uma sucessão infindável de prémios e distinções internacionais”.
Com um reportório fiel ao Fado clássico e contemporâneo, Mariza conquistou o crítico com as novas interpretações de “mornas cabo-verdianas, clássicos do Rythm & Blues e quaisquer outras melodias que lhe sejam queridas.”
Além disso, a artista faz-se acompanhar pelos “melhores parceiros musicais”. São exemplo, Jacques Morelenbaum e John Mauceri, José Mercé e Miguel Poveda, Gilberto Gil e Ivan Lins, Lenny Kravitz e Sting, Cesária Évora e Tito Paris, Rui Veloso e Carlos do Carmo.
Para o especialista, “Mariza ultrapassou já, de muito longe, a fase em que poderia constituir apenas um mero episódio exótico na cena da World Music”, passível de ser substituído por um outro novo fenómeno que surgisse “num outro canto geográfico do mercado da indústria discográfica”.
“Provou ser já uma grande artista internacional, de forte originalidade e de enorme talento, de quem muito há que esperar no futuro. A menina de Moçambique, criada no bairro popular lisboeta da Mouraria, apropriou-se das raízes da sua cultura musical e converteu-se numa artista universal capaz de se abrir ao mundo sem perder a consciência intensa da sua identidade portuguesa.”
“E o público português é o primeiro a reconhecer o seu triunfo e a pagar-lhe com um amor e uma gratidão sem limites”, conclui Rui Vieira Nery.
Esta que foi a maior mostra de fado alguma vez feita no Brasil decorreu de 13 a 18 de Agosto em São Paulo e no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é homenagear este género musical, expoente máximo da cultura portuguesa, considerado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Para além de Mariza, contou com a participação de artistas como Ana Moura, António Zambujo e Cuca Roseta.
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