Uma parceria entre Brasil e Áustria vai permitir a produção inédita no mundo de biocombustível a partir de algas marinhas, o que contribuirá para a redução dos níveis de dióxido de carbono (CO2) enviados para a atmosfera.
Uma parceria entre Brasil e Áustria vai permitir a produção de biocombustível a partir de algas marinhas, o que contribuirá para a redução dos níveis de dióxido de carbono (CO2) enviados para a atmosfera. Esta será a primeira vez no mundo que este tipo de combustível é fabricado e comercializado já que, hoje em dia, a tecnologia é usada unicamente para fins científicos.
De acordo com o jornal O Globo, o projeto resulta da colaboração entre um grupo brasileiro de produção de etanol e a empresa austríaca See Algae Technology (SAT). As duas companhias vão investir na criação de uma plantação vertical de algas geneticamente modificadas, que crescerão com a ajuda do sol e das emissões de CO2 provenientes da produção do etanol.
Este método fará com que o biocombustível seja gerado com a ajuda do dióxido de carbono libertado durante aquele processo de produção, o que evitará que o gás poluente seja enviado para a atmosfera e, consequentemente, contribuirá para amenizar um dos fatores que propicia as alterações climáticas.
“Trata-se de uma reciclagem do CO2 emitido e da sua transformação em combustível. Um hectare de algas consome 5 mil toneladas de dióxido de carbono anualmente. Assim, o CO2, considerado o 'vilão do clima', passa a ser matéria-prima valorizada”, explica Rafael Bianchini, diretor da SAT no Brasil, citado pel'O Globo.
Segundo Bianchini, a nova unidade fabril, que deverá nascer em Pernambuco, no nordeste brasileiro, terá capacidade de produzir 1,2 milhões de litros de biodiesel ou 2,2 milhões de litros de etanol por ano a partir de um hectare de algas plantadas.
De salientar que as aplicações das algas marinhas poderão ir além dos combustíveis. De acordo com os responsáveis da SAT, outros produtos resultantes do seu processamento – como o ómega 3, normalmente encontrado em óleos vegetais e em peixes como o salmão – podem vir a ser obtidos.
Desta forma, Bianchini acredita que a produção das algas geneticamente modificadas poderá igualmente ajudar “a reduzir a sobrepesca e a diminuir a dependência exclusiva que existe em relação ao peixe” para a obtenção destas substâncias.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]