Uma nova investigação vem demonstrar que os nervos desempenham um papel crucial no crescimento do cancro do estômago e que bloquear os sinais dos nervos, com recurso a cirurgia ou ao Botox, pode ser um tratamento eficaz para esta doença.
Uma nova investigação vem demonstrar que os nervos desempenham um papel crucial no crescimento do cancro do estômago e que bloquear os sinais dos nervos, com recurso a cirurgia ou ao Botox, pode ser um tratamento eficaz para esta doença.
O estudo – realizado, em parceria, por investigadores do Centro Médico da Columbia University (EUA) e por um especialista norueguês – foi publicado esta semana no jornal Science Translational Medicine.
“Há muito tempo que os investigadores confirmaram que os tumores malignos têm vários nervos no seu interior e à sua volta”, salienta Timothy C. Wang, da Columbia University, em comunicado de imprensa. “Com esta investigação quisemos compreender melhor que papel desempenham estes nervos no aparecimento e no crescimento do cancro do estomago”, acrescenta.
Estudando ratinhos com três tipos de cancro de estômago diferentes, a equipa liderada por Wang percebeu que, ao cortar parte dos nervos, através de uma cirurgia conhecida como vagotomia, o crescimento dos tumores diminuía, aumentando a taxa de sobrevivência dos ratinhos.
A equipa quis, depois, verificar se obtinham resultados semelhantes recorrendo a uma solução farmacológica, ou seja, injetando Botox (toxina butolínica) para bloquear as transmissões de sinais entre os nervos do estômago. Esta alternativa revelou-se tão eficaz como a cirurgia, reduzindo o crescimento dos tumores.
Taxa de sobrevivência pode aumentar 35%
A equipa conseguiu reforçar a sua descoberta, analisando 37 pacientes que tinham reincidido na doença após vários anos. À exceção de um participante, todos os outros 12 que tinham feito vagotomias não voltaram a desenvolver tumores na zona operada. Por contraste, nos outros 24 pacientes (que não tinham feito a vagotomia) os tumores reincidiram no mesmo local onde tinham surgido anteriormente.
Agora, a equipa de Wang quer investigar métodos de tratamento que conciliem as terapias tradicionais com os tratamento que apostam no bloqueio dos nervos. A equipa afirma que a utilização de Botox em combinação com a quimioterapia aumenta a taxa de sobrevivência em 35 por cento, em comparação com o tratamento exclusivo de quimio.
O cancro do estômago é o quarto tipo de cancro mais comum no mundo e um dos mais mortais, lê-se ainda no comunicado.
Clique AQUI para ler o comunicado da universidade.
Notícia sugerida por Maria Pandina, António Resende e Maria da Luz