Cinco corporações de bombeiros da região Centro começaram, esta quinta-feira, a testar botas com "elevada resistência ao fogo", que vão ser produzidas por uma fábrica de calçado nacional com o objetivo de aumentar a proteção no combate aos incêndios.
Cinco corporações de bombeiros da região Centro começaram, esta quinta-feira, a testar botas com “elevada resistência ao fogo”, que vão ser produzidas por uma fábrica de calçado nacional com o acompanhamento da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da Universidade de Coimbra.
Em entrevista à Lusa, Domingos Xavier Viegas, professor que dirige a ADAI, revela que a associação vai seguir “o teste operacional” das botas, que foram distribuídas a uma dezena de bombeiros para realização dos primeiros testes.
“As botas foram sujeitas a um conjunto de testes realizados pela ADAI, com vista a avaliar a integridade do calçado dos bombeiros, mesmo quando estes tenham de percorrer ou permanecer em solo muito quente”, explicam os responsáveis pela criação desta inovação.
Os primeiros protótipos destas botas, destinadas a “minimizar os riscos associados à missão de combate”, foram produzidos pela empresa portuguesa Lavoro, que há mais de 30 anos fabrica calçado profissional.
“Infelizmente, os bombeiros portugueses não têm calçado em condições”, adequado ao combate de fogos florestais, lamentou Xavier Viegas.
Esta razão levou a que a ADAI, que tem vindo a estudar o aperfeiçoamento do novo modelo de botas, se unisse à Lavoro com o propósito de “incorporar algumas das lições tiradas de acidentes ocorridos com bombeiros” e contribuir para melhorar a segurança destes operacionais.
Ricardo Valentim, responsável da empresa de calçado, afirmou que a Lavoro quer “dar um contributo válido para mitigar os casos em que os bombeiros colocam em risco a sua integridade física por utilização de calçado profissional inadequado”.
“Fazia todo o sentido disponibilizarmos também uma bota capaz de dar resposta aos maiores desafios destes profissionais, como caminhar sobre material incandescente durante as operações de supressão de incêndios florestais”, considerou o representante.
Cada um dos 10 elementos de corporações de bombeiros que colaboram habitualmente com a ADAI (Sapadores de Coimbra, Voluntários de Coimbra, Municipais da Lousã, Voluntários de Cantanhede e Voluntários de Castanheira de Pera) vai utilizar um par de botas nos próximos meses, botas que poderão ainda ter mais aperfeiçoamentos.
Os bombeiros vão ser acompanhados pela ADAI na sua atividade, “com vista a obter indicações que permitam avaliar e melhorar o desempenho desta importante peça de equipamento”.
No âmbito de outro projeto para melhorar a segurança dos bombeiros, a ADAI já estudou também “sistemas de proteção” a serem instalados nas viaturas de combate a incêndios, tendo ainda efetuado negociações com um fabricante de fatos com o mesmo objetivo.
