A boa forma física pode ser uma das melhores opções para a prevenção da depressão e pode mesmo ser tão eficaz como a psicoterapia. A conclusão é de um estudo norte-americano.
A boa forma física pode ser uma das melhores opções para a prevenção da depressão e pode mesmo ser tão eficaz como a psicoterapia. A conclusão é de um estudo norte-americano, que se debruçou sobre os benefícios específicos a nível psicológico da prática de exercícios de “fitness” na adolescência.
Os investigadores da University of North Texas, nos EUA, analisaram 437 estudantes, mais de metade dos quais raparigas, a frequentar o 6.º ano de escolaridade, realizando inquéritos acerca da atividade física e da depressão e considerando, para apurar os resultados, elementos como o peso das crianças.
A equipa, coordenada pelo psicólogo Camilo J. Ruggero, concluiu que os alunos, em especial as raparigas, tinham uma menor tendência para vir a sofrer de depressão no ano de escolaridade seguinte (o 7.º) quando possuíam uma boa saúde cardiorrespiratória, ou seja, a capacidade de realizar exercício físico intenso durante um determinado período.
Os especialistas concluíram que as raparigas tinham, também, maior probabilidade de vir a debater-se com a doença, com 28% a mostrar sintomas no 6.º ano e 29% no ano seguinte, ao passo que, nos rapazes, os sintomas se manifestavam em 22% dos alunos durante o 7.º ano e em 19% no 8.º ano.
Apesar de terem descoberto a existência de uma associação entre os níveis de forma física e os níveis de depressão, Ruggero e os colegas alertam que o peso foi o único fator exterior considerado e que é importante ter em conta vários outros, como a genética, a personalidade e o ambiente social em que os estudantes deambulam, já que todos podem ter influência no aparecimento do problema.
Consequentemente, a relevância da psicoterapia não pode ser colocada de parte. “A promoção da saúde cardiorrespiratória pode ser uma estratégia importante para a prevenção da depressão entre os adolescentes”, pode ler-se no estudo publicado na revista científica da American Psychological Association e apresentado na mais recente conferência anual daquela instituição.
No entanto, acrescentam os autores, “o exercício tem de ser realizado a par de outras intervenções que tenham como alvo mais direto o tratamento dos sintomas [da depressão].”
“Com estas limitações em mente, o nosso estudo sugere, ainda assim, que a prática de exercícios de 'fitness' é um fator importante para a proteção dos estudantes contra a depressão na adolescência, em particularmente das raparigas”, conclui Camilo J. Ruggero.
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