A curiosidade quase obsessiva por diferentes texturas musicais caracteriza a carreira da islandesa desde o seu início e faz dela uma das artistas mais influentes das últimas décadas. Um ser musical raro, original, com uma capacidade apelativa fora de série.
Björk foi uma das novas vozes da pop “estranha” e é ela que continua a fazer arte com ruídos, dissonâncias e ritmos que vão de flautas e pássaros a barulhos industriais e arranjos híbridos. Um trabalho cativante que desafia géneros e que é, desde sempre, amplamente colaborativo, reunindo músicos, técnicos, instrumentistas, produtores, designers de moda, e tantos outros criativos na criação de uma multidimensionalidade capaz de transformar a islandesa na “rainha do avant-garde”, a artista da música moderna por excelência.
Em mais de duas décadas de metamorfoses instrumentais há uma identidade vocal que se mantém contínua, uma intimidade e densidade que não desaparecem. Desde o lançamento de seu primeiro álbum “Debut”, em 1993, que Björk ganhou a aclamação da crítica ao dar nas vistas com a sua música profunda, pessoal, de arranjos e voz únicos. Nisso, o novo álbum, “Utopia”, não é diferente. Um disco de pormenores, de ambientes e orquestrações meticulosas. Mas onde o anterior álbum pintava paisagens negras, “Utopia” procura a luz e transforma as anteriores feridas em algo novo.
Uma viagem íntima pela descoberta do romance, do amor, da alegria e da excitação. Num ambiente político incerto, Björk apresenta as suas propostas para um modelo utópico.
Um renascimento ao qual se vai poder assistir ao vivo no sábado, 18 de agosto, o último dia da 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Depois de uma edição histórica por onde passaram mais de 100.000 pessoas, o Vodafone Paredes de Coura está de regresso à Praia Fluvial do Taboão nos dias 15, 16, 17 e 18 de Agosto de 2018.