A cortiça portuguesa está a ser utilizada como substituta da borracha no enchimento de relvados sintéticos fabricados na Bélgica e exportados, depois, para todo o mundo.
A cortiça portuguesa está a ser utilizada como substituta da borracha no enchimento de relvados sintéticos fabricados na Bélgica e exportados, depois, para todo o mundo. O novo produto, no qual os criadores têm grandes esperanças, vai estar exposto a partir de quinta-feira e até domingo na feira Expojardim, no Exposalão da Batalha.
Em declarações à Lusa, Carlos Rodrigues, um dos técnicos ligados ao projeto, que será apresentado esta sexta-feira às 11.30h naquele evento, explicou que a ideia de usar cortiça nasceu no Fundão, onde está sediada a filial portuguesa do grupo internacional Domo Sports, que fabrica relvados sintéticos na Bélgica para exportação.
Segundo Carlos Rodrigues, diretor de produção, em laboratório, “a cortiça revelou ter qualidades muito superiores” a outros materiais usados no preenchimento dos relvados sintéticos: é inodora e inibidora de calor, “o que torna os campos mais frescos e livres de cheiros”, e é também “mais macia ao toque”.
Consequentemente, esclareceu o responsável, a sua utilização em relvados sintéticos “diminui o risco de lesões no impacto” com o solo, assim como “tem um ressalto de bola diferente”. Outra vantagem, salientou Carlos Rodrigues, é o facto de não absorver humidade.
O granulado de cortiça é aplicado depois de os rolos de relva sintética serem estendidos no campo onde vão ser instalados. “Há uma máquina que penteia a 'relva', que fica na vertical, sendo introduzida areia de Rio Maior e o granulado para preencher o tabete”, ilustra o diretor de produção.
O novo sistema rivaliza com o de outras marcas internacionais, que estão a testar materiais como a fibra de coco, mas o produto português, “certificado pelas Federações Internacionais de Futebol e Atletismo para competições internacionais”, é já usado em quatro campos, na Bélgica, Holanda, Alemanha e Canadá, em estádios de equipas de primeira liga.
O responsável da Domo Sports Portugal admitiu que, em comparação com os sistemas de preenchimento tradicional, “a cortiça representa um custo acrescido de quatro euros por metro quadrado”, mas, apesar do preço mais alto, Carlos Rodrigues acredita que as vantagens vão acabar por conquistar o mercado.
A Domo Sports Portugal foi fundada em 2007 por empresários da região do Fundão e está sediada no parque industrial da cidade.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes e Ana Oliveira]