A utilização de tablets visuais e táteis pode ser útil ao desenvolvimento das crianças com menos de dois anos, desde que por períodos curtos e com acompanhamento.
A utilização de tablets visuais e táteis pode ser útil ao desenvolvimento das crianças com menos de dois anos, desde que por períodos curtos e com acompanhamento. A conclusão é de um parecer da Academia das Ciências de França apresentado esta terça-feira.
De acordo com o parecer “A criança e os ecrãs”, que foi dado a conhecer num debate e será editado e disponibilizado a partir de dia 29 de Janeiro, os tablets podem contribuir para o desenvolvimento sensório-motor dos bebés, constituindo-se como objetos de exploração e aprendizagem como um peluche ou um cubo de madeira.
“A utilização da Internet e dos diversos ecrãs transformou os hábitos de lazer”, aponta Jean-François Bach, secretário da Academia das Ciências, no prefácio do documento, acrescentando que “esta evolução, que hoje em dia parece irreversível, tem efeitos positivos consideráveis no melhoramento da aquisição de conhecimentos” e na formação do pensamento em crianças e adolescentes.
No entanto, os especialistas da Academia alertam que a utilização destes dispositivos deve ser feita por curtos períodos de tempo e acompanhada por pais, avós ou irmãos mais velhos, não devendo nunca substituir outras atividades indispensáveis naquela idade.
Ecrãs não interativos sem efeitos positivos
O princípio deve ser, então, o de que para o bom desenvolvimento do cérebro infantil contam as formas de estimulação variadas, digitais e não digitais. No entanto, e pelo contrário, os ecrãs não interativos (televisão e DVD), diante dos quais o bebé é passivo, parecem não apresentar qualquer benefício, podendo levar ao aumento do peso, a atrasos na linguagem e a um défice de concentração e atenção.
A Academia salienta que os pais devem ser informados destes perigos e que os pediatras e médicos de clínica geral podem desempenhar um papel de alerta de relevo junto das famílias das crianças.
O parecer em causa integra os dados científicos da neurobiologia, psicologia e ciências cognitivas e foi elaborado em colaboração com a Fundação La Main à la Pâté, que procura contribuir para melhorar a qualidade do ensino da ciência e da tecnologia no ensino básico.
O documento, que estará disponível no fim deste mês, é ainda acompanhado de um módulo pedagógico destinado aos professores do primeiro ciclo.
Clique AQUI para ler a versão integral do parecer (em francês) publicada no site da Academia das Ciências.