O estudo foi feito a partir de um estudo mais amplo durante o qual 67 mil mulheres registaram, durante 26 anos, os seus hábitos relativamente ao consumo de café (se era inexistente, se o bebiam simples, com pouco leite e açúcar ou com natas líquidas).
Depois de isolar alguns factores de risco, os cientistas comprovaram que, comparado com as mulheres que bebiam menos de uma chávena de café por dia, aquelas que bebiam quatro ou mais chávenas tinham menos 25% de risco de sofrer de cancro do endométrio. De salientar, no entanto, que o café consumido nos EUA não tem a mesma intensidade que o café bebido, por exemplo, em Portugal.
Vários estudos epidemiológicos anteriores tinham já demonstrado que as mulheres com alto consumo de café apresentam menores níveis de estrogénio e insulina, comparativamente com as que não bebiam esta bebida, ou bebiam pouco. Tendo isto em conta, os cientistas da Universidade de Harvard quiseram estudar a hipótese de a elevada ingestão de café poder reduzir o risco do cancro do útero.
Como Younjin Je, principal autora do estudo da Universidade de Harvard, explica num artigo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention, os altos níveis de estrogénio e de insulina estão associados a um maior risco de cancro do endométrio.
O café, por sua vez, “tem muitos compostos biologicamente ativos, incluindo ácidos fenólicos e cafeína, que têm uma potente atividade antioxidante e podem afetar o metabolismo, a glucose e os níveis de hormonas sexuais, que estão relacionados com o risco de cancro do endométrio”, assinala a investigadora.
“Não recomendamos que as mulheres bebam mais café para reduzir o cancro do útero. Contudo, as que consomem café devem estar seguras de que esta bebida, em geral, não é nociva e pode, inclusive, oferecer alguns benefícios para a saúde”, frisa Youjin Je, defendendo que o café “pode modular os níveis de estrogénio e insulina favoravelmente”.
A investigadora não deixa, no entanto, de fazer um alerta relativamente àquilo que se adiciona ao café, uma vez que adicionar muito açúcar ou natas líquidas irá contribuir para um aumento de peso e para a resistência à insulina, aumentando antes o risco de cancro do útero e de outras doenças crónicas.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]Clique AQUI para aceder ao estudo original.