Há nove meses atrás, Rachel Claxton deu à luz um nado morto que, com o esforço da equipa médica, foi reanimado ao fim de 25 minutos graças à técnica de hipotermia induzida. A criança, de nome Ella, está agora bem e tem-se desenvolvido sem problemas.
Mas a mãe não esqueceu o esforço do hospital nem o sofrimento daqueles minutos em que esperou para saber se a sua filha iria sobreviver, pelo que deixa um alerta para os perigos da asfixia pré-natal.
“Quando entrei em trabalho todos os monitores indicavam que os sinais vitais estavam bem”. O parto foi muito rápido e em pouco tempo a bebé nascia. “A única coisa que me lembro foi de ver sangue a sair do seu nariz”, recorda Rachel num testemunho que deixou no site do hospital.
“Os 45 minutos seguintes foram os mais longos da minha vida […]. Vi alguém a fazer compressões no peito da minha bebé e sacos de sangue a passar”, acrescenta. “Quarenta e cinco minutos depois disseram que ela estava bem e mais tarde soube que tinha estado 25 minutos sem vida”.
“Acredito que foi o tratamento de hipotermia induzida que salvou a minha filha de severos danos cerebrais ou mesmo da morte. Ela tem quase 10 meses e está muito saudável”, conta Rachel, sublinhando que Ella continua a ser acompanhada no Rosie Hospital.
Em forma de agradecimento e apoio ao hospital, Rachel decidiu lançar uma campanha para doar 7 milhões de libras (8,2 milhões de euros) para reformar uma ala da maternidade daquela unidade hospitalar. Metade dessa verba já foi arrecadada.
Tratamento inovador já é usado em Portugal
A asfixia neonatal é uma das principais causas de morte de recém nascidos podendo também causar sérias lesões cerebrais nos bebés que sobrevivem. Em Portugal, estima-se que a incidência aproximada de casos de encefalopatia hipóxico-isquémica (a vertente mais grave de asfixia neonatal) se situe num valor entre 100 a 400 casos por ano.
Até agora, os tratamentos utilizados não conseguiam travar a condição mas o hipotermia induzida tem tido excelentes resultados, sobretudo no Reino Unido. A técnica foi usada pela primeira vez em Portugal no hospital Santa Maria, Lisboa, em janeiro de 2010 e está a ser estendida a outras unidades de saúde.
Saiba mais sobre a utilização da hipotermina induzida em Portugal AQUI.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta]