São daquelas bandas que apetece ouvir com muito amor e numa cabana (de praia, irredutivelmente). Os Beach House regressam a Lisboa a 17 de março, à discoteca Lux, para inspirar sonhadores teenagers e graúdos.
No órgão, a francesa Victoria Legrand oferece uma voz digna das referências a Nico de que tem sido alvo, mesmo que o seu carisma vocal não obrigue a quaisquer comparações. Alex Scally acompanha-a na guitarra e arrebata nos teclados.
Unidos e residentes em Baltimore, Maryland, a banda conta já, desde a sua formação em 2004, com três álbuns. “Beach House”, o auto-intitulado álbum de estreia lançado em 2006, e “Devotion”, datado de 2008, foram ambos listados na tabela da Pitchfork’s Best Albums dos anos referentes. “Teen Dream”, o terceiro álbum do duo, é já considerado uma relíquia indie-dream-pop da nova década e um dos melhores discos deste ano.
O casal, que não é “um casal”, tem vindo a emergir na cena sonora com as suas melodias flutuantes e românticas, colaborações proveitosas e certeiras (na música original do filme Twilight: New Moon ou com Grizzly Bear em “Two Weeks”) e um valioso contributo na evolução contemplativa da Pop universal.
Com ritmos tranquilos e espaciais, e de palavras doces e assombrosas para os assistir, os Beach House vão agora (com)provar os rótulos beneméritos que lhes têm sido colados, numa tarefa que, para eles, não deverá ser mais difícil que, para nós, vislumbrar a banda sonora de fundo, numa “casa na praia” de sonho.
VG