O estilo de letra agora adotado pelo Banco da Noruega é da autoria de um designer português, que se dedica a tempo inteiro à criação de novas fontes de carateres.
O estilo de letra agora adotado pelo Banco da Noruega é da autoria de um designer português, que se dedica a tempo inteiro à criação de novas fontes de carateres. Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes do Porto, Rui Abreu conta já com várias fontes licenciadas por revendedores internacionais que encontraram no seu trabalho um produto de excelência.
por Margarida Cruz
Pelo nome 'Azo Sans', a tipografia eleita pelo Norges Bank é “inspirada nos alfabetos geométricos do fim dos anos 20”. A aquisição dos direitos para uso da fonte de Rui Abreu aconteceu há poucos meses, depois de o banco norueguês entrar em contacto com um dos revendedores do designer.
“A Azo foi desenhada com uma abordagem mais humanista, que a torna 'simpática' e calorosa, apesar do desenho marcadamente racional e depurado', conta ao Boas Notícias. “A geometria tem algo de apelativo ao nosso olhar e os tipos de letra geométricos mantiveram-se sempre intemporais, quer em termos 'branding' quer em editorial. E é precisamente nesta tradição que a Azo Sans se baseia, embora com um tratamento moderno”.
O interesse pela tipografia surgiu ainda na faculdade, mas longe de fazer prever que, atualmente, Rui dependesse exclusivamente da mesma. “Quando comecei a perceber o que era o design gráfico, dei conta que as fontes são desenhadas por alguém e que cada uma tem a sua 'voz' e comportamento consoante a aplicação a que se destina”, revela o tipógrafo, natural do Porto.
Desde então que a tipografia “passou a ser, naturalmente, a resposta para muita coisa”. Aliando a sua “tendência natural para o desenho e uma certa inclinação artística”, decidiu arriscar e criar, sozinho, as suas próprias fontes. Enquanto trabalhava para diferentes agências de design e publicidade, aproveitava os tempos livres para aprender a trabalhar com o software dedicado.
Desde então que a tipografia “passou a ser, naturalmente, a resposta para muita coisa”. Aliando a sua “tendência natural para o desenho e uma certa inclinação artística”, decidiu arriscar e criar, sozinho, as suas próprias fontes. Enquanto trabalhava para diferentes agências de design e publicidade, aproveitava os tempos livres para aprender a trabalhar com o software dedicado.
Em 2006, lançou os primeiros tipos de letra numa 'foundry' norte-americana, especializada em tipografia 'indie'. Em 2008, chegou à Suécia através de uma outra 'foundry', que, por ser das mais antigas no mundo na área da tipografia digital, deu-lhe a projeção que falta, ajudando-o a entrar definitivamente no mercado.
“Foi um passo decisivo. A partir daí a minha atividade como designer gráfico solidificou-se, o meu trabalho ganhou algumas distinções importantes a nível internacional e, em 2012, pude, finalmente, passar a dedicar-me a tempo inteiro às fontes”, diz ao Boas Notícias.
Hoje em dia a viver em Lisboa, Rui Abreu é 'pai' de doze famílias de fontes, com “cada uma delas a compreender um conjunto de estilos, como, por exemplo, Regular, Bold, Itálico, etc.”. No seu site pessoal, dá a conhecer todos os tipos de letra da sua autoria atualmente disponíveis, com a indicação dos revendedores responsáveis pela sua licença.
Notícia sugerida por Dulce Vilas Boas