Uma molécula recém-descoberta retirada de uma bactéria marinha poderá ser eficaz no combate ao cancro, em particular o cancro da pele (melanoma), concluiu um novo estudo desenvolvido por investigadores brasileiros e norte-americanos.
Uma molécula recém-descoberta retirada de uma bactéria marinha poderá ser eficaz no combate ao cancro, em particular o cancro da pele (melanoma), concluiu um novo estudo desenvolvido por investigadores brasileiros e norte-americanos e publicado esta segunda-feira na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A molécula em causa, denominada “seriniquinona”, foi obtida a partir de uma bactéria rara do género Serinicoccus que foi recolhida em sedimentos de praias da República do Palau, um pequeno país insular da Oceânia, por cientistas da Universidade da Califórnia – San Diego, nos EUA, coordenados por William Fenical, que trabalha com um banco de mais de 20 mil estirpes de bactérias marinhas com potencial contra o cancro.
Citada pelo jornal Globo, a brasileira Leticia Veras Costa Lotufo, principal autora da investigação e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), a outra instituição universitária envolvida no estudo, explica que a molécula é capaz de reconhecer uma proteína presente, principalmente, nas células cancerígenas: a dermicidina, que está relacionada com a sobrevivência celular.
“Quando a molécula identifica essa proteína, acaba por ativar uma série de processos de morte celular”, revela a investigadora, que destaca que a dermicidina – ainda pouco estudada – é “a primeira substância descrita que teria a capacidade de modular a proteína” encontrada com frequência nas células doentes.
Segundo a cientista da UFC, a dermicidina expressa-se com maior intensidade nas células da pele, pelo que a substância mostra ser particularmente eficaz contra o melanoma.
No entender de Leticia Veras Costa Lotufo, a investigação abre, agora, a possibilidade de desenvolver novos fármacos para tratar o cancro que tenham a dermicidina como alvo, além de sugerir a possível utilização desta proteína como marcador de diagnóstico da doença.
Embora o artigo publicado esta segunda-feira descreva os resultados de testes feitos em células cancerígenas, a cientista adianta que já foram realizados testes com modelos animais utilizando a dermicidina, testes que obtiveram resultados positivos (ainda não apresentados publicamente).
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na PNAS (em inglês).