O azulejo português vai candidatar-se a Património da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O azulejo português vai candidatar-se a Património da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A intenção foi anunciada esta quarta-feira durante a cerimónia de inauguração uma nova sala no Museu Nacional do Azulejo (MNAZ), em Lisboa.
O anúncio coube a Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, que marcou presença na inauguração da sala Manuel dos Santos, famoso pintor de azulejos português cujo trabalho é homenageado neste novo espaço da instituição museológica lisboeta.
Numa publicação feita, após o evento,
na sua página oficial no Facebook, o governante revelou que “esta candidatura que agora é lançada” e que o Estado espera que “venha a ser bem sucedida”, vai ser preparada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Comissão Nacional da UNESCO/Ministério dos Negócios Estrangeiros.
No entender de Jorge Barreto Xavier, se se concretizar, a elevação do azulejo português a Património da Humanidade “será certamente muito importante para uma maior sensibilização da sociedade para a necessidade de conservação desta forma de expressão artística”.
“Os portugueses foram, e são, originais criadores na arte do Azulejo”, afirma o secretário de Estado, que considera que “esta é, sem dúvida, uma das mais originais criações do espírito inventivo português que, integrado na Arquitetura, confere uma singularidade aos nossos edifícios, aos nossos monumentos, às nossas vilas e cidades”.
Anúncio da intenção da candidatura foi feito pelo secretário de Estado da Cultura durante a inauguração de uma nova sala do Museu Nacional do Azulejo © Jorge Barros Xavier/Facebook
Azulejo tem vindo a ganhar destaque internacional
A decisão de candidatar a azulejaria nacional a Património da Humanidade da UNESCO deve-se, segundo um comunicado da Secretaria de Estado da Cultura, ao destaque que este tipo de arte tem vindo a ganhar a nível internacional, “servindo de inspiração, nomeadamente, a muitos costureiros e designers” e estando “cada vez mais presente um pouco por todo o espaço lusófono”.
Embora, recentemente, a sua fama cresça cada vez mais, a emergência do azulejo português remonta ao século XVI quando, durante uma visita a Espanha, o rei D. Manuel I ficou encantado com os azulejos hispano-mouriscos, muito populares no país vizinho.
À data, o monarca começou a importá-los de oficinas em Sevilha para decorar edifícios nacionais, caso do Palácio Nacional de Sintra, onde residiu, mas não tardou até que a criatividade portuguesa entrasse em cena.
Pouco a pouco, também as técnicas tradicionais de produção do azulejo foram “importadas” e os artistas nacionais acabaram por começar a utilizá-las “de uma maneira original”, desenvolvendo padrões e estéticas distintas das antigas.
Predominando, no século XVIII, no interior de edifícios históricos, o azulejo “saltou”, dois séculos depois, para as fachadas e, já no século XX, entrou, progressivamente, na arte urbana, sendo utilizado, até à atualidade, em aeroportos, estações de metro e de comboio e até em viadutos rodoviários.
Notícia sugerida por Maria da Luz
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