Um piloto amador está a preparar-se para viajar entre Sidney, na Austrália, e Londres, em Inglaterra, a bordo de um avião alimentado com um combustível produzido inteiramente a partir de resíduos de plástico.
Um piloto amador está a preparar-se para viajar entre Sidney, na Austrália, e Londres, em Inglaterra, a bordo de um avião alimentado com um combustível produzido inteiramente a partir de resíduos de plástico. A aventura do britânico Jeremy Rowsell vai marcar a estreia da utilização deste tipo de combustível ecológico em viagens aéreas.
De acordo com o jornal inglês The Telegraph, o voo de Rowsell, que nasceu em Londres mas vive atualmente na Austrália, vai usar combustível resultante da transformação, por via de uma técnica pioneira, de cinco toneladas de embalagens e outros resíduos de plástico em fim de vida (que já não podem ser reciclados).
O plástico para o projeto “Nas Asas do Desperdício” será recolhido em lixeiras dos países pelos quais o piloto irá passar e será enviado para a Cynar, uma firma irlandesa, sediada em Dublin, que será responsável pelo processamento dos resíduos e pela sua conversão em combustível.
O britânico de 41 anos vai deixar Sidney no mês de julho e vai sobrevoar a Ásia, o Médio Oriente e, finalmente, a Europa, esperando aterrar em Londres seis dias depois a bordo do seu monomotor Cessna 172, que voará cerca de 2.400 quilómetros por dia a uma velocidade de 185 km/hora.
Para conseguir alcançar o seu objetivo, Rowsell terá de voar cerca de 15 horas por dia de forma a chegar à hora prevista aos seus locais de paragem.
No seu percurso até Londres, o piloto vai passar por países como Índia, Malta e França, conforme ilustra o mapa
Em declarações ao The Telegraph, o aventureiro, apaixonado pela aviação, revelou que decidiu levar a cabo esta experiência para alertar para as novas tecnologias que têm explorado métodos viáveis e amigos do ambiente para utilização em viagens áereas, ajudando a reduzir, ao mesmo tempo, os restos de plástico acumulados a céu aberto pelo mundo.
“Achei que esta seria uma oportunidade de associar o espírito aventureiro britânico à inovação tecnológica dos pioneiros que enfrentaram desafios como os que enfrentamos hoje”, confessou.
“A aviação lidera a tecnologia em muitos aspectos e, portanto, pensei: porque não torná-la líder também na utilização deste combustível? Se o plano resultar, irá ser possível resolver grandes problemas ambientais de uma só vez”, defendeu Rowsell.
Piloto mostra-se preparado para os desafios
O piloto está, no entanto, consciente dos perigos que irá enfrentar. Entre os desafios está o facto de o avião em causa não ter sido projetado para voos de longa distância, bem como a necessidade de aterrar nos locais certos, onde os galões de combustível estarão à sua espera.
Também as condições meteorológicas serão difíceis de prever e o facto de ir voar a uma altitude muito baixa em comparação com a dos voos comerciais pode ser uma verdadeira ameaça, quer pela colisão com montanhas, quer por correr o risco (embora remoto) de ser abatido.
“Quando voamos a uma altitude estão baixa estamos dentro do campo de lançamento de granadas e não podemos deixar de considerar a hipótese de sermos abatidos durante o voo”, admitiu. “É muito improvável, especialmente porque vou evitar a passagem pela Síria, mas é assustador pensar na posição vulnerável em que estarei”, acrescentou ainda.
Porém, Rowsell diz-se bem preparado para todas as eventualidades e já praticou de tudo – desde a quedas na água a outro tipo de acidentes, treino da vida em ambiente selvagem e até formas de lidar com raptos.
“Os pioneiros da aviação ensinaram-me muito. Muitos dos pilotos acreditaram que os aviões podiam beneficiar a raça humana e lutaram para provar a viabilidade dessa tecnologia. Essa coragem é uma lição constante para mim e faz-me lembrar que eu e todos nós temos uma responsabilidade para com o planeta e temos de encontrar alternativas para o preservar”, concluiu.
Clique AQUI para aceder ao site oficial do projeto, onde poderá descobrir mais pormenores sobre a aventura de Rowsell.
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