A Universidade de Aveiro está a desenvolver uma rolha de cortiça que integra um 'chip' capaz de dar informações completas sobre o vinho, desde a data em que foi produzido e engarrafado às temperaturas a que esteve sujeito.
A Universidade de Aveiro está a desenvolver uma rolha de cortiça que integra um 'chip' capaz de dar informações completas sobre o vinho, desde a data em que foi produzido e engarrafado às temperaturas a que esteve sujeito.
A mesma, ainda em fase de protótipo, destina-se àqueles consumidores mais exigentes que, num futuro próximo, vão poder saber saber o histórico da garrafa que compraram através desta inovação e com recurso ao 'smartphone'.
A concretizar-se, a nova rolha vem, desde logo, pôr um travão à falsificação de rótulos. Quem o diz é Ricardo Gonçalves, doutorando em Engenharia Eletrónica no Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro, responsável pelo projeto.
O investigador explica que a mesma poderá interessar a produtores e restaurantes que, assim, se certificam de que as garrafas armazenadas que servem a um cliente estão em perfeitas condições e com os níveis de qualidade que ele espera.
O protótipo atual está ainda a ser aperfeiçoado e tem um custo de um euro, um valor passível de baixar significativamente caso venha a ser produzido em série.
“A primeira fase foi a mais complexa”, conta à Lusa. “Foi precisa uma caracterização eletromagnética da cortiça, para que, depois, em computador, pudéssemos criar modelos de simulação e fazer o desenho das antenas, com base nas suas propriedades de radiação e adaptando-as para os chips RFID”.
Ricardo explica que um dos primeiros protótipos desenvolvidos foi, aliás, numa placa de cortiça. O desafio seguinte passou por lhe diminuir o tamanho, uma vez que o objetivo de ser utilizado em garrafas, embutindo-o numa rolha.
No protótipo mais recente, o chip em questão, com uma pequena antena, é aplicado numa rolha “perfeitamente banal, que consegue ser colocada em praticamente qualquer garrafa de vinho ou de champanhe”. A mesma tem, no entanto, a capacidade de informar o leitor sobre os seus respetivos dados.
“Neste caso, o 'chip' tem uma distância de cobertura curta, um constrangimento da redução do tamanho da antena. Tendo em conta a aplicação que se pretende, de identificação das garrafas, a distância de leitura é relativamente próxima e um compromisso que podemos assumir”, explica o responsável.
O próximo passo consiste na integração de sensores que poderão dar ainda mais informações sobre o estado das bebidas. “Estamos a tentar integrar um sensor de temperatura com este leitor, por forma a termos acesso à leitura da temperatura a que a bebida tem sido sujeita ao longo do seu percurso e, eventualmente, de humidade”.
Para já, é preciso um leitor RFID para extrair os dados, que comunica por 'bluetooth' ou cabo USB a um computador ou a um 'smartphone'. A perspetiva é que, dentro de algum tempo, com a integração de tecnologias 'Near Feal Comunications' (NFC) nos 'smartphones', eles possam ler as informações da rolha da garrafa, sem necessidade de equipamento externo.
Notícia sugerida por Maria Pandina, Maria Manuela Mendes e Elsa Fonseca