Saúde

AVC: Descoberta lusa pode revolucionar tratamento

Os cuidados terapêuticos para os pacientes que sofrem um AVC podem tornar-se, em breve, mais eficazes. Numa descoberta que pode revolucionar este ramo da medicina, dois cientistas portugueses identificaram os genes associados ao AVC isquémico.
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Os cuidados terapêuticos para os pacientes que sofrem um AVC podem  tornar-se, em breve, mais eficazes. Numa descoberta que pode revolucionar este ramo da medicina, dois cientistas portugueses identificaram genes associados a vários subtipos de AVC isquémico. As conclusões do estudo foram publicadas na prestigiada revista “The Lancet Neurology”.
 
Os dois cientistas do Instituto de Medicina Molecular, Sofia Oliveira e José Ferro, recolheram e cruzaram vários dados relacionados com este tipo de acidente vascular cerebral, identificando diferentes subtipos da doença associados aos genes.
 
“A investigação consistiu em procurar alterações no genoma que tornam as pessoas mais suscetíveis ou que os protegem contra AVC isquémicos (provocados por falta de suprimento sanguíneo devido a obstrução). No meio de cerca de três milhões de variantes genéticas investigadas, conseguimos identificar um pequeno número que tem essa propriedade de alterar o risco de ter um AVC”, avança à agência Lusa Sofia Oliveira.
 
Em termos práticos, isto implica que a terapêutica pode ter eficácias diferentes consoante o subtipo de AVC e que que há determinados subtipos da doença para os quais a terapêutica no futuro terá de ser diferente para ser mais eficaz.
 
“É preciso realizar a subtipagem do AVC isquémico em ensaios clínicos por forma a identificar o subgrupo de doentes em que um medicamento tenha maior benefício na prevenção secundária (prevenção de um novo AVC após o primeiro)”, refere a investigadora.
 
O AVC isquémico é o tipo de AVC mais comum, manifestando-se em cerca de 80 % dos casos, deixando mazelas nas capacidades neurológicas das pessoas que sofrem um AVC.

De acordo com dado da OMS, o AVC causa mais de cinco milhões de mortes por ano, pelo mundo, sendo a terceira causa de morte, a seguir às doenças cardiovasculares e do cancro.

[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes e Patrícia Guedes]

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