A Câmara Municipal de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, vai financiar os cursos dos jovens naturais do concelho que se queiram formar em medicina, desde que, depois, se comprometam a fixar-se naquela localidade.
A Câmara Municipal de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, vai financiar os cursos dos jovens naturais do concelho que se queiram formar em medicina, desde que, depois, se comprometam a fixar-se naquela localidade com o objetivo de combater a falta de médicos.
O anúncio foi feito por Fernando Marques Jorge, presidente da autarquia, que explicou à Lusa que a medida pretende fixar profissionais de saúde em Oleiros e que já foi aprovado um regulamento no qual se estabelecem as regras para que os jovens naturais do concelho possam beneficiar deste apoio voltado para a especialidade de medicina familiar.
“Uma das condições para os jovens usufruírem deste apoio é que sejam naturais do concelho e que, após a conclusão do curso de medicina, se fixem em Oleiros, com residência permanente”, revelou o edil.
Segundo Fernando Marques Jorge, o regulamento estipula também que caso o jovem conclua a licenciatura e, por uma razão que não lhe possa ser diretamente imputada, não se possa vir a fixar em Oleiros, terá que indemnizar a câmara pelo valor do dinheiro investido.
Mas, caso o médico opte, propositadamente, por não fixar residência no concelho, além de ter que indemnizar a autarquia sobre o valor do financiamento, irá ainda sofrer outras penalizações acentuadas, informou o autarca.
O governante esclareceu que o executivo decidiu levar a cabo este investimento na formação dos jovens porque “sucessivamente, os médicos colocados no centro de saúde local não ocupam as vagas”. “Há mais de 30 anos que não há um médico residente no concelho de Oleiros”, lamentou.
De acordo com o autarca, já há dois jovens interessados neste apoio do município que, em números redondos, irá rondar os 30 mil euros por ano para cada beneficiário.
“A câmara avança com o financiamento, sendo que parte dele será a fundo perdido (cerca de 40%) e outra parte reembolsada (60%) quando o jovem já estiver a exercer medicina”, explicitou.
A decisão pretende não só resolver uma questão fundamental para o concelho – a ausência de médicos – como também fixar jovens na região. “Esta é uma medida pioneira e inédita com vista a fixar médicos e jovens no concelho, nunca foi adotada em Portugal”, finalizou Fernando Marques Jorge.