Depois de um ano de cárcere, os 12 ativistas angolanos condenados por tentativa de rebelião e atentado contra o presidente Eduardo dos Santos foram libertados esta quarta-feira.
Depois de um ano de cárcere, os 12 ativistas angolanos condenados por tentativa de rebelião e atentado contra o presidente Eduardo dos Santos foram libertados esta quarta-feira. A notícia espalhou-se como um rastilho nas redes sociais, acompanhada de palavras em nome da liberdade.
O Tribunal Supremo de Angola aceitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa dos ativistas. De acordo com informação avançada pela imprensa angolana e internacional, os 11 detidos foram libertados com Termo de Identidade e Residência.
Apenas um dos envolvidos, Nito Alves, permanece detido devido a um processo paralelo pelo qual está a ser julgado, explica o site de informação independente Rede Angola.
Foi, alegadamente, o livro “Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura — Filosofia política da libertação para Angola”, escrito pelo jornalista angolano Domingos Cruz, também ele detido, que conduziu, em junho de 2015, estes jovens ativistas à prisão, sob acusação de prepararem uma rebelião e um atentado contra José Eduardo dos Santos
O músico Luaty Beirão é o mais mediático dos jovens agora libertados, tendo chamado a atenção da comunidade internacional após a greve de fome de 36 dias que levou a cabo pouco depois da sua detenção.
Liberdade plena
Em Março deste ano, no seu julgamento, 12 dos 17 ativistas detidos em 2015 foram condenados a penas entre os 2 e os 8 anos de prisão. Destes 17 angolanos detidos inicialmente, 5 ficaram afastados da cadeira (uns por ficaram em liberdade e outros por estarem em prisão domiciliária).
As reações à libertação, ainda que condicionada, dos 11 ativistas não se fizeram esperar. O site independente Central Angola 7311 publicou uma foto que mostra alguns dos ativistas já a caminhar em liberdade, com um sorriso espelhado no rosto.
A publicação da imagem está repleta de comentário emocionados. “Força queridos filhos amados de Angola! Saíram de onde nunca deveriam ter estado….Ainda não é o que queremos, é só o princípio: QUEREMOS LIBERDADE PLENA!!!”, diz uma das utilizadoras.
Também várias personalidades internacionais se congratularam com a liberdade dos detidos, como é o caso do escritor José Eduardo Agualusa.
Agualusa diz que pressão internacional foi decisiva
“Eu creio que todo a gente está feliz com essa notícia, mas ainda não é o fim, porque esses jovens terão de aguardar em liberdade pelo resultado, pela decisão final. Esse não é ainda o final desse pesadelo, mas é uma decisão que já tardava”, disse o escritor à agência Lusa.
O escritor defendeu ainda o valor que a pressão internacional exerceu e que considera ter ajudado na libertação dos ativistas. “Eu acredito que os jovens foram soltos devido a essa pressão internacional toda que se foi criando ao longo dos tempos”, afirmou o escritor.
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