Astrónomos internacionais acreditam que a Ciência e a Humanidade estão cada vez mais perto de descobrir uma nova Terra, isto é, um "gémeo" do nosso planeta, localizado algures na nossa galáxia, onde a vida se tenha também desenvolvido.
Astrónomos internacionais acreditam que a Ciência e a Humanidade estão cada vez mais perto de descobrir uma nova Terra, isto é, um “gémeo” do nosso planeta, localizado algures na nossa galáxia, a Via Láctea, onde a vida se tenha também desenvolvido e que possa provar que não estamos sozinhos no Universo.
A questão foi abordada por um amplo grupo de cientistas da NASA durante uma conferência aberta ao público que decorreu em Washington na segunda-feira, 14, e no decurso da qual foi dado a conhecer o plano da agência espacial norte-americana para procurar vida no Universo com recurso aos telescópios atuais mas também a equipamentos ainda em desenvolvimento.
“Acreditamos que estamos muito, muito perto, em termos tecnológicos e científicos, de encontrar uma outra Terra e de descobrir sinais de vida noutro mundo”, afirmou Sara Seager, professora de ciências planetárias e física do Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, e uma das oradoras, durante o evento.
Segundo Seager, citada num comunicado da NASA, “num futuro próximo, as pessoas vão poder apontar para uma estrela e dizer que ela tem um planeta como a Terra”, já que “os astrónomos acreditam que é muito provável que cada estrela da Via Láctea esteja associada a pelo menos um planeta”.
Os cientistas destacaram a importância do Telescópio Espacial Kepler, lançado em 2009 e que “mudou dramaticamente o que se sabe sobre exoplanetas [planetas localizados fora do sistema solar]”, permitindo confirmar, até ao momento, a existência de mais de 1.700 planetas espalhados na Via Láctea e estimar que este número deverá ascender aos milhares de milhões.
Além disso, o Kepler deu aos especialistas a possibilidade de detetar o primeiro planeta com dimensões semelhantes às da Terra a orbitar na “zona habitável” de uma estrela, onde é possível que haja água em estado líquido e, consequentemente, condições para a formação de vida.
O telescópio James Webb é uma das novas apostas da NASA para o estudo dos exoplanetas com caraterísticas idênticas às da Terra
Descobrir vida extraterrestre “está ao nosso alcance”
“O que, há cinco anos, não sabíamos, é que é possível que 10% a 20% das estrelas à nossa volta tenham planetas do tamanho da Terra na sua zona habitável”, realçou Matt Mountain, do Space Telescope Science Institute em Baltimore, que integra a equipa que está a trabalhar num dos mais avançados telescópios do futuro – o James Webb Space Telescope.
“Está ao nosso alcance conseguir uma descoberta que mude o mundo para sempre. [Para isso] será necessária uma parceria contínua entre a NASA, a ciência, a tecnologia, os EUA e as entidades espaciais internacionais, uma parceria da qual é exemplo a criação do James Webb Space Telescope, para criar a próxima ponte para o futuro da Humanidade”, considerou Mountain.
No decurso da conferência, os astrónomos chamaram ainda a atenção para o facto de, ao longo da última década, se ter registado a descoberta de diversas “super Terras”, planetas rochosos maiores e mais pesados que o planeta azul, salientando que descobrir “gémeos” terrestres, mais pequenos, é uma tarefa mais difícil já que os sinais por si emitidos são mais fracos.
Veja o vídeo completo da conferência (em inglês) que foi partilhado pela NASA na sua página do Youtube
A NASA está, atualmente, e em colaboração com outras organizações, a desenvolver tecnologia capaz de detetar e captar imagens destes planetas idênticos à Terra para uso em futuros telescópios e realça que, embora “a capacidade de detetar vida extraterrestre possa ainda estar a anos – ou até mais do que isso – de distância, a missão está a decorrer”.
“Imaginem o momento em que encontremos potenciais sinais de vida. Imaginem o momento em que o mundo acordar e a raça humana se aperceber de que a sua longa solidão no tempo e no espaço pode ter acabado. Imaginem a possibilidade de deixarmos de estar sozinhos no Universo”, pediu Matt Mountain à audiência, assegurando que este momento está mais perto do que nunca.
Os próximos objetivos da NASA passam pelo lançamento do TESS – Transiting Exoplanet Surveying Satellite, em 2017, do James Webb Telescope, em 2018, e, possivelmente, do desenvolvimento e lançamento do telescópio “Wide Field Infrared Survey Telescope – Astrophysics no início da próxima década.
De acordo com a agência espacial norte-americana, “estes novos telescópios vão encontrar e caraterizar uma série de novos exoplanetas, os planetas que orbitam outras estrelas, aumentando o conhecimento humano acerca das suas atmosferas e diversidade”.
As futuras missões vão ainda tentar descobrir oceanos em forma de vapor atmosférico e encontrar sinais de vida associados, por exemplo, à presença de dióxido de carbono na atmosfera em planetas próximos que sejam semelhantes à Terra em massa e tamanho.