Investigadores das universidades do Porto, Lisboa e Évora integram duas equipas europeias envolvidas nas descobertas de uma população de estrelas distantes e de um pequeno desvio na rotação da atmosfera de Vénus, já publicadas na revista Science.
Através do telescópio espacial Kepler, da NASA, os cientistas do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), juntamente com os seus colegas europeis, mediram 500 estrelas semelhantes ao Sol numa zona longínqua da Via Láctea e apuraram que há mais estrelas de pequena massa do que se julgava até agora.
“Aquela população de estrelas é diferente das que estão mais próximas de nós”, explica o astrofísico Mário João Monteiro, do CAUP, em declarações ao Diário de Notícias (DN).
Esta descoberta abre um novo campo de estudo no âmbito da astrofísica, podendo mudar a forma como os cientistas estudam as galáxias.
Já David Luz, do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa e o inglês David Berry, do Departamento de Física da Universidade de Évora, participaram numa investigação que aponta para a existência de um pequeno desvio da rotação atmosférica no pólo sul de Vénus, em relação ao eixo do planeta.
“Esperávamos que a rotação da atmosfera estivesse centrada sobre o pólo, mas descobrimos que não é assim. Há um desvio de três graus em média do eixo do planeta, na direcção de este para oeste”, explicou ao DN David Luz, sublinhando que “esse pode ser um dos mecanismos que ajuda a manter a super-rotação da atmosfera, que é 60 vezes mais rápida do a do próprio planeta”.
[Notícia sugerida pela utilizadora Joana Marques]