O estudo, financiado pelo Instituto Cancer Research do Reino Unido, foi realizado ao longo de uma década e analisou 1.000 doentes com o apoio de cientistas e médicos de quase duas dezenas de países e de múltiplas instituições.
Os resultados demonstraram que, na amostra estudada, os doentes que tomavam aspirina regularmente apresentavam menos 50% de incidência de cancro hereditário do que aqueles que não o faziam.
A amostra era integralmente constituída por pessoas que sofrem de síndrome de Lynch, uma patologia nos genes que normalmente causa uma maior tendência para desenvolver determinados tipos de cancro. Depois da análise, os cientistas descobriram que pelo menos 30% dos doentes que não tomavam aspirina vieram a sofrer da doença, contra os 15% que tomavam o medicamento.
Aquilo que se constatou foi que embora todos – quer os que tomavam aspirina, quer os que não o faziam – tenham desenvolvido pólipos precursores do cancro, os que tomavam o fármaco não chegaram a desenvolver realmente a doença, o que leva os investigadores a acreditar que a aspirina poderá contribuir para a destruição das células cancerígenas antes de se tornarem malignas.
Um dos investigadores do estudo considerou já que os resultados constituem um marco na prevenção de doenças oncológicas. No entanto, Patrick Morrison, da Universidade de Queen’s, em Belfast, alertou para a existência de caminhos que continuam por percorrer. O principal objectivo é, agora, apurar qual a dose de aspirina ideal e também que efeitos o tratamento com este fármaco poderá ter na população em geral e não apenas nos portadores de síndrome de Lynch.
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