Portugal volta a estar em destaque naquela que é já a 5ª edição do Festival 'Chantiers d'Europe', em Paris. O país foi um dos convidados para integrar o prestigiado certame de teatro, dança, música e cinema, a decorrer de 3 a 28 de Junho, em Paris.
Portugal volta a estar em destaque naquela que é já a 5ª edição do Festival 'Chantiers d'Europe', em Paris. O país foi um dos convidados para integrar o prestigiado certame de teatro, dança, música e cinema, a decorrer de 3 a 28 de Junho, em Paris.
Durante um mês, a 'cidade das luzes' vai servir de montra às criações artísticas produzidas em Portugal, Espanha, Grécia e Itália, distribuídas por cerca de 20 espaços culturais. O epicentro acontece no 'Théâtre de la Ville', dirigido pelo encenador lusodescendente Emmanuel Demarcy-Mota.
“É uma forma de solidariedade entre Paris e esses países, que atravessam situações económicas e situações no mundo cultural e artístico de grande dificuldade”, refere à Lusa o proprietário. “Mas é também uma maneira de tentar mostrar a vitalidade de novas gerações que têm a capacidade de continuar a criar e a inventar – seja no teatro, na dança, na música ou no cinema”.
O diretor do 'Théâtre de la Ville' é também o 'pai' deste festival, cuja primeira edição, dedicada à Itália, aconteceu em Junho de 2010. Em 2011, o país escolhido foi o Reino Unido, em 2012, a Grécia e novamente a Itália e, em 2013, Portugal.
“Tenho a obrigação moral, estética e artística de acompanhar e mandar um sinal positivo para os artistas portugueses, gregos ou espanhóis: somos iguais e acreditamos no ato artístico como um ato fundamental da liberdade dentro de uma sociedade”, afirma.
Por outro lado, o objetivo passa por “tentar mostrar que a Europa não se pode reduzire a uma questão económica nem à questão da dívida”. Como tal, convidou alguns artistas portugueses que já passaram pelo 'Théâtre de la Ville', e outros que vão ser revelados ao público parisiense, como, por exemplo, o musicólogo Paulo Lameiro, que apresenta 'Concertos para Bebés', a 15 de Junho, no teatro Paris-Villette.
Também a banda Oquestrada regressa a Paris, desta vez para tocar na sala 'Le Monfort', a 17 de Junho.
Na dança, o coreógrafo Tiago Guedes – diretor artístico do Teatro Virgínia em Torres Novas – apresenta 'Hoje', no 'Théâtre de la Cité Internationale', a 5 e 6 de Junho, e 'Materiais Diversos', no 'Théâtre de la Ville', a 7 de Junho.
De 10 a 14 de junho, o 'Théâtre des Abbesses acolhe o espetáculo 'Jim' do coreógrafo Paulo Ribeiro, atual diretor do Teatro Viriato de Viseu.
A 17 de junho, 'Tear Gás', da companhia Teatro Praga é apresentado no 'Théâtre de la Ville' e, a 20 e 21 de Junho, a companhia Cão Solteiro apresenta 'Encyclopedia: X', uma performance que vai colocar o público no centro do palco do 'Théâtre de la Cité Internationale'.
Por outro lado, e em parceria com o festival, o Centro Cultural Português do Instituto Camões organiza debates em torno da projeção dos filmes 'Redemption', de Miguel Gomes, e 'Photo', de Carlos Saboga, enquanto a delegação parisiense da Fundação Calouste Gulbenkian propõe um espetáculo multimédia de dança de Paulo Henrique, e a Casa do Brasil da Cidade Universitária organiza um recital de poemas de Fernando Pessoa.
O 'pontapé de saída' do festival 'Chantiers d`Europe' (em português 'Estaleiros da Europa') é dado a 3 de Junho, com uma gala no 'Théâtre de la Ville' intitulada 'A Europa dos Poetas'.
A mesma serve de homenagem aos portugueses Fernando Pessoa, Nuno Júdice e Eugénio de Andrade, mas também aos espanhóis Antonio Machado e Federico García Lorca, aos italianos Pier Paolo Pasolini, Cesare Pavese e Dante, e aos gregos Yánis Rítsos, que Eugénio de Andrade traduziu para português, e o clássico Homero, entre outros.
Notícia sugerida por Susana Catarino e Elsa Fonseca