O Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG) anunciou nesta terça-feira ter iniciado um novo tratamento para a arritmia cardíaca mais frequente entre os portugueses (fibrilação auricular) através de uma nova tecnologia que utiliza o frio extremo.
O Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG) anunciou nesta terça-feira ter iniciado um novo tratamento para a arritmia cardíaca mais frequente entre os portugueses (fibrilação auricular) através de uma nova tecnologia que utiliza o frio extremo (crioablação).
A fibrilação auricular consiste numa alteração do ritmo e da frequência cardíaca no batimento do coração, na qual as aurículas contraem de forma irregular e descoordenada. Este problema pode levar a que o sangue se acumule na zona do coração, podendo criar coágulos que se podem deslocar através da corrente sanguínea e bloquear o afluxo de sangue ao cérebro, o que pode provocar acidentes vasculares cerebrais.
Segundo João Primo, responsável pelo Laboratório de Eletrofisiologia do CHVNG, em declarações à Lusa, “embora com longa experiência e grande número de doentes tratados através de radiofrequência – técnica convencional – foi decidido iniciar o tratamento da fibrilação auricular agora através da utilização do frio intenso”.
“Esta técnica utiliza um cateter fino e flexível para avaliar a arritmia e um cateter com balão que congela e destrói as células na entrada das veias pulmonares, isolando-as e bloqueando assim a passagem de correntes elétricas não desejadas”, explicou o responsável.
O diretor do Serviço de ardiologia, Vasco Gama Ribeiro, salientou que “com esta nova técnica, o CHVNG disponibiliza mais uma terapia de última geração para tratar uma das doenças cardíacas mais comuns e sub-tratadas [não são conhecidas] entre os portugueses”.
“Estima-se que mais de metade dos doentes diagnosticados com fibrilação auricular não respondem favoravelmente ao tratamento farmacológico, sendo portanto lícito pensar na ablação da fibrilação auricular como primeira escolha em casos selecionados.”
A FA é a arritmia mais prevalente, afetando cerca de 1% da população e a partir dos 50 anos a incidência duplica em cada década. Nos últimos anos, a prevalência tem vindo a aumentar.