O projeto da autoria do atelier Plano Humano Arquitetos, que conta com a assinatura dos arquitetos e antigos escuteiros Helena Vieira e Pedro Ferreira, pretende valorizar o ambiente intimista do local, aliado ao espírito escutista de comunhão com a natureza.
“Para além do formato de tenda, as formas apontam também para o próprio lenço escutista e o modo como este assenta no pescoço”, explica Helena Vieira, que sublinha também os sentimentos potenciados pelo lugar – “A proteção, o encontro, o silêncio perante a paisagem, tudo é espetacular perante este sistema de vistas tão interessante”.
Pedro Ferreira, que partilha a autoria do projeto, valoriza o ambiente criado sempre que a noite cai. “A luz, que parte de baixo e se projeta no conjunto e na grande cruz, valoriza estas dimensões”. Salienta também o trabalho de toda a equipa do seu atelier, e de todos os intervenientes que possibilitaram a concretização da Capela.
Para o padre Luís Marinho, a capela tem também uma simbologia especial – “Quisemos dotar esta capela dos símbolos que são próprios do escutismo e da liturgia católica e a forma de tenda com que ela se apresenta. A forma de uma tenda canadiana é muito reconhecível para qualquer escuteiro como para qualquer cristão, porque de facto nós dizemos o verbo de Deus encarnou ou acampou entre nós. Uma tenda de portas abertas também nesta linguagem própria de um espaço aberto, não só polivalente mas que possibilita entrarmos a qualquer dia, a qualquer hora e de aqui encontrarmos um momento de encontro com Deus e com a fé cristã.”
Este novo templo, dedicado a Nossa Senhora de Fátima, assenta numa estrutura de madeira, símbolo também das construções dos escuteiros, protegida apenas por um revestimento em zinco escuro.
A inauguração da Capela contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que teve oportunidade de contemplar o espaço e ouvir a explicação do seu conceito pelos arquitetos responsáveis.