Ciência

Arqueólogos descodificam “CD-ROM” com 4.000 anos

É considerado o primeiro "CD-ROM" da História e tem mais de 4.000 anos, mas a informação nele contida tem-se constituído como um autêntico mistério. Agora, uma equipa diz ter começado a descodificar o conteúdo gravado no "Disco de Festos".
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É considerado o primeiro “CD-ROM” da História e tem mais de 4.000 anos, mas a informação nele contida tem-se constituído como um autêntico mistério para os cientistas. Agora, uma equipa de arqueólogos diz ter começado a descodificar o conteúdo gravado no famoso “Disco de Festos”.
 
Este “CD-ROM” histórico, feito de argila cozida e com cerca de 16 centímetros de diâmetro, foi descoberto em 1908 na localidade de Festos, na ilha grega de Creta. Durante mais de 100 anos, investigadores e curiosos têm tentado compreender a linguagem desconhecida do disco, que integra um total de 242 símbolos divididos em 61 grupos. 
 
Os diferentes símbolos agrupados nos dois lados do “CD”, que, à semelhança dos que conhecemos, deve ser “lido” de dentro para fora, em espiral, são demasiados para constituir um alfabeto, consideram os arqueólogos, que estimam que a descoberta date de aproximadamente 1.700 a.C. 
 
Durante uma conferência realizada na Macedónia em Outubro, Gareth Owens, investigador do Instituto de Educação Tecnológica (TEI) de Creta, que há seis anos se dedica ao estudo do “Disco de Festos” com um colega da Universidade de Oxford, em Inglaterra, anunciou ter conseguido descodificar algumas das suas palavras-chave e a mensagem geral que quer transmitir. 
 
Segundo Owens, citado pelo jornal diário grego Proto Therma, “a palavra mais estável [entre as inscrições] é 'mãe' e, em particular, a mãe deusa da civilização minóica”. A descoberta foi feita através da utilização de grupos simbólicos específicos, que permitiram perceber que um dos lados “é dedicado a uma mulher grávida” e o outro “a uma mulher que dá à luz”.
 
O investigador explica que um dos lados do disco faz referência a “uma grande senhora de importância”, ao passo que o outro utiliza a expressão “mãe grávida”, o que indica que a mensagem gravada no disco deveria ser uma homenagem do povo à maternidade.
 
O “Disco de Festos” é a mais célebre inscrição da civilização minóica, que surgiu na Idade do Bronze Grega em Creta, a maior ilha do mar Egeu, florescendo entre os séculos XXX e XV a.C. e irradiando a sua cultura para uma parte significativa dos povos do Mediterrâneo Oriental. 

Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes

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