Um grupo de arqueólogos do Museu Nacional Marítimo de Gdánsk, na Polónia, anunciou a descoberta daquela que é uma das mais antigas garrafas de água mineral do mundo encontradas até hoje, um achado datado do século XIX com 200 anos.
Um grupo de arqueólogos do Museu Nacional Marítimo de Gdánsk, na Polónia, anunciou, recentemente, a descoberta daquela que é uma das mais antigas garrafas de água mineral do mundo encontradas até hoje. O achado do século XIX, com 200 anos, estava “escondido” entre os destroços de um navio no mar Báltico.
Em comunicado, o museu polaco revela que a garrafa de cerâmica, “em boas condições e ainda com uma rolha de cortiça”, tem 30 centímetros de altura e foi descoberta durante uma expedição a um barco naufragado que repousa no fundo da Baía de Gdánsk, perto da costa da Polónia.
Segundo os especialistas envolvidos na investigação, a garrafa tem inscrito o nome “Selters”, uma marca de água mineral de luxo alemã muito popular entre as famílias mais abastadas durante o século XIX e que, rezava a lenda, era um autêntico “tesouro líquido” e oferecia “força e saúde” a quem a bebia.
“A garrafa foi recuperada durante trabalhos nos destroços do navio F-53-31”, conta Tomasz Bednarz, arqueólogo do museu. “Além da garrafa, encontrámos vários outros objetos de cerâmica, uma pequena taça e peças de jantar”, acrescenta, destacando que, “até ao momento, graças ao seu estado de preservação e importância histórica, a garrafa é o achado mais valioso”.
Embora a água mineral tenha sido usada durante séculos com fins medicinais, foi apenas em meados do século XIX que começou a ser engarrafada e vendida em larga escala, pelo que é extremamente raro encontrar uma garrafa de água fechada que pertença ao período em questão – a maior parte das garrafas descobertas contêm cerveja ou vinho, notam os cientistas.
“Sabemos que a Selters engarrafava água mineral antes do século XIX, mas o design da nossa garrafa sugere que a mesma foi usada entre 1806 e 1830”, conta o arqueólogo, que frisa que a descoberta poderá ajudar os cientistas a datar e identificar o barco que está a ser estudado e que deverá ter sido um navio de carga para transporte de materiais de construção pelo Báltico.
“Ainda não abrimos a garrafa, pelo que não temos a certeza do que contém e do sabor desta água com 200 anos”, admite Bednarz, revelando que a mesma vai ser, em breve, colocada em exposição para satisfazer a curiosidade do público.
“Estamos muito satisfeitos por ter encontrado uma peça tão valiosa para a coleção do museu”, conclui o arqueólogo, que, em conjunto com os colegas, vai agora conduzir uma análise mais profunda para compreender o que está no interior da garrafa e se o seu conteúdo foi ou não contaminado pelo longo período que passou no fundo do mar.
De realçar que, atualmente, a água mineral Selters continua a ser vendida pelo mundo como produto de luxo, apesar de o vidro ter substituído as garrafas de cerâmica.